Por Thiago Benevides
Comunicação CRCSP

A criação de pontes na Contabilidade através da formulação de políticas inclusivas e de oportunidades para todos os públicos, este foi o tema central do Fórum de Inclusão e Diversidade, realizado no 21º CBC, em 11 de setembro. Em duas rodadas de debates, o Fórum tratou sobre a importância de uma liderança inclusiva nas organizações e sobre a necessidade de eliminar barreiras para o acesso e participação de todas as pessoas.

O tema “Liderança Inclusiva” foi discutido na primeira rodada do Fórum pelo coordenador-geral de Relações Institucionais da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antonio José do Nascimento, pelo head de Diversidade, Equidade e Inclusão da B3, Alexandre Kiyohara, e pela mestra em Inclusão Laboral de Pessoas com Deficiência, Natália Alves, com moderação do presidente da Comissão de Diversidade e Inclusão do Conselho Regional de Contabilidade do Ceará (CRCCE), Carlos Gomes.

Natália Alves emocionou a plateia com sua história de ressignificação. Após ter um filho com síndrome de down que faleceu aos 10 dias de idade, Natália decidiu ressignificar sua saudade em uma luta pela conscientização da população e pela defesa dos direitos das pessoas com deficiência. “Temos que ter a inclusão como ferramenta de inovação nas empresas. Inovação vai além da tecnologia e a contratação de pessoas com deficiência é também uma iniciativa disruptiva”, afirmou Natália.

Alexandre Kiyohara falou sobre as ações adotadas pela B3 e outras grandes empresas para promover a diversidade e inclusão e destacou o papel da cultura e das lideranças nesse processo. “É preciso desenvolver a liderança inclusiva na gestão das empresas. As empresas perdem talentos importantes por não manterem a inclusão entre seus princípios e práticas”, ressaltou o palestrante.

Cego e com uma longa trajetória na defesa de políticas públicas de inclusão, o atual coordenador-geral de Relações Institucionais da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antonio José do Nascimento, falou sobre os desafios para tornar as empresas e organizações mais acolhedoras para todos.

“Se as empresas terão cada vez mais pluralidade em seus quadros, é preciso que os contadores e gestores estejam preparados para lidar com o tema. É preciso investir na formação dos colaboradores sobre o tema para evitar casos de capacitismo e exclusão”, declarou o secretário.

“A discussão sobre inclusão e diversidade precisa ser ampla. Não podemos mais ter profissionais que desistem da carreira porque não se sentem representadas”, pontuou Carlos Gomes, moderador do painel, ao final da primeira rodada do Fórum.

Na segunda parte do Fórum, a coordenadora da Comissão de Diversidade e Inclusão do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro (CRCRJ), Ellen Mello, e a coordenadora da Comissão de Acessibilidade e Inclusão do Conselho Regional de Contabilidade do Pará (CRCPA), Ynis Cristine de Santana, falaram sobre a inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e sobre as barreiras existentes no mercado para pessoas pertencentes a grupos minoritários.

Ynis, que é autista e mãe de dois filhos atípicos, falou sobre como as empresas precisam se preparar para a neurodiversidade e outras condições. “Igualdade não é nivelar as pessoas, é respeitar as escificidades de cada um para que todos tenham as mesmas oportunidades”, afirmou a coordenadora da Comissão de Acessibilidade e Inclusão do CRCPA, que recomendou aos gestores a criação de espaços sensoriais, que são ambientes adaptados para que pessoas no espectro autista possam se regular.

Ellen Mello falou sobre o preconceito e as barreiras de acesso e ascensão profissional existentes nas organizações, seja para mulheres, pessoas negras, pessoas LGBTQIA+ e outros públicos. “Temos que promover a diversidade e o respeito às diferenças em todos os espaços. Todos temos características que nos definem, mas todos somos seres humanos”, opinou a coordenadora da Comissão de Diversidade e Inclusão do CRCRJ.

O co-fundador do Coletivo Contábil de Inclusão e Diversidade (Colid), Daniel Jesus Pereira, falou no painel sobre a atuação do grupo, parceiro do CFC na busca por espaços inclusivos na contabilidade. Ele também destacou a necessidade de educar a população sobre temas relacionados à diversidade.

“Muitas pessoas crescem em um ambiente familiar no qual a violência como resposta ao diferente, por exemplo contra as pessoas LGBTQIA+, é incentivada. Existem leis que protegem estas populações e é necessário um trabalho de educação por parte das empresas para que estas pessoas não cometam agressões, sejam elas físicas, verbais ou institucionais”, concluiu Pereira.

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O CBC

O maior evento contábil da América Latina acontece a cada 4 anos e tem a finalidade de capacitar a classe contábil, promover o debate de temas atuais e estratégicos para a Contabilidade e proporcionar um ambiente de troca de experiências. 

O 21° CBC contará com 48 painéis, 9 palestras, 22 fóruns e a apresentação de 136 trabalhos, entre produções técnicas e científicas. A programação inclui ainda uma Exposição Literária, Feira de Negócios e agenda cultural.

Fonte: Conselho Federal de Contabilidade
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