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O diabetes afeta milhares de brasileiros de todas as idades, mas a maioria das pessoas desconhece as doenças nos olhos que podem ser desencadeadas por 90% dos pacientes que têm essa enfermidade e que, em alguns casos, as doenças como a retinopatia diabética, catarata e glaucoma podem acarretar a perda de visão permanente, se não forem diagnosticadas no início. Esse é um alerta do oftalmologista Dr. Gustavo Carlos Heringer, diretor-presidente do Centro Oftalmológico de Minas Gerais, hospital referência em MG.

Ele destaca que no mês da campanha de conscientização de diabetes é vital abordar o impacto que a doença traz para a saúde dos olhos e suas consequências para a visão.  “Boa parte da população não conhece os efeitos nocivos dessas doenças para a visão e só descobrem em estágio avançado como a retinopatia diabética, que ocorre quando a glicemia é mal controlada”, alerta o especialista. Diabetes, maior causa de cegueira entre pessoas em idade produtiva entre 20 e 60 anos, e suas graves consequências se não diagnosticada e tratada adequadamente.

Sintomas da Retinopatia Diabética: Visão embaçada e manchas pretas

O oftalmologista explica que a retinopatia diabética é uma doença que afeta os pequenos vasos da retina, estrutura do olho responsável pela formação e envio das imagens ao cérebro. O surgimento dessa patologia está relacionado ao tempo de duração do diabetes e ao descontrole da glicemia. “Quando não há esse controle ocorre uma série de reações no organismo, e uma das complicações é a alteração na retina com casos de hemorragias e edemas”.

Assim como o diabetes, a retinopatia é uma doença silenciosa que no início não apresenta sérias complicações, mas no decorrer do tempo é comum o paciente começar a perceber a visão desfocada ou manchada devido às mudanças rápidas na taxa de glicose no sangue. “Após uma análise clínica, é possível fazer exames específicos (tomografia de coerência óptica e angiofluoresceinografia) para confirmar o diagnóstico”. Com a evolução da doença, ela se caracteriza por pontos ou manchas pretas na visão, ou embaçada, incomodando o paciente. Entre os efeitos da doença estão: alteração ao exame de refração, ou seja, grau de óculos; visão que altera periodicamente, indo de borrada para clara e de clara para borrada; visão noturna prejudicada, devido às manchas escuras que flutuam na visão e perda progressiva da visão periférica.

Tratamento pode retardar progressão

“Sem tratamento, a retinopatia diabética progride de forma constante levando a complicações graves e até à cegueira irreversível”. O tratamento é definido em razão do estágio da doença e, geralmente, tem como objetivo retardar a sua progressão, de modo que o paciente tenha uma melhor qualidade de vida. O oftalmologista explica que se diagnosticada no início o recomendado é controlar as taxas de glicose no sangue com alimentação adequada e atividades físicas. “Nos casos mais avançados são recomendados procedimentos com laser ou  injeções anti angiogênicas  ou cirurgia”.

Glaucoma: Indivíduos com diabetes possuem 40% mais chances da doença evoluir

O glaucoma é outra doença que o diabetes pode desencadear. “Um dos principais sintomas quando se tem diabetes é a visão turva e embaçada. Uma vez que a alta quantidade de glicose na corrente sanguínea resulta no inchaço da lente do olho, o cristalino, diminui a capacidade de foco do olho. É preciso ficar atento, pois esse embaçado pode progredir e desenvolver para o glaucoma”. Conforme a pesquisa realizada pela Sociedade Americana de Diabetes, indivíduos com diabetes tipo 2 possuem 40% mais chances de evoluir para o glaucoma.

O especialista explica que o glaucoma aparece quando ocorre o aumento da pressão do olho, comprimindo os vasos sanguíneos que levam o sangue ao nervo óptico e retina. Com isso, a visão lateral é perdida gradualmente. Dessa forma, se algum familiar possuir a doença, é necessário realizar o exame de fundo do olho ao menos 1 vez antes dos 20 anos e outro após os 40, idade em que a condição começa a se manifestar.

“É importante lembrar que iniciar o tratamento do glaucoma mais rápido possível pode evitar a perda da visão. Na maioria das vezes, receitamos o uso diário de colírios para baixar a pressão do olho. Já em casos mais graves, é necessário intervenção com cirurgia a laser”. Entre os sintomas estão: diminuição do campo de visão, vermelhidão; dor intensa no olho, visão com arcos em volta das e turva e embaçada; dificuldade para enxergar no escuro; sensibilidade excessiva à luz e dor de cabeça náuseas e vômito.

Excesso de glicose causa catarata

Quando o diabético não realiza o controle adequado do diabetes, os níveis de açúcar no humor aquoso e cristalino dos olhos aumentam, afetando a visão. “Existem dois tipos de catarata em diabéticos: a Catarata Senil, quando se acumula sorbitol, derivado da glicose aumentada no cristalino formando a catarata; e a Catarata Diabética ‘verdadeira’, que se apresenta em indivíduos jovens, bilateralmente, por descompensação no controle da glicose ou que permaneceram muito tempo sem esse controle”, destaca o especialista.

Entre os sinais e sintomas estão: visão nebulosa, enxergar brilhos e halos, visão dupla, dificuldade para ler, dirigir e andar e sensibilidade à luz. “Nas consultas de rotina ao oftalmologista, a catarata é detectada quando o oftalmologista examina a estrutura interna do olho. Por meio de um instrumento chamado oftalmoscópio, ele consegue observar se há opacidade no cristalino”. A cura da catarata só é possível por meio de cirurgia e os procedimentos estão cada vez mais evoluídos, sendo que a operação dura entre 15 e 30 minutos e é segura. É realizada com anestesia local e consiste na substituição do cristalino por uma lente artificial, feita sob medida.

O Centro Oftalmológico de Minas Gerais é uma referência em oftalmologia, com 54 anos de atuação no mercado.

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Fonte: Jornal Contábil
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