Sou um colecionador de frases e citações há quase 50 anos. Comecei aos 10 anos de idade, bisbilhotando almanaques de farmácia, única leitura que conseguia ter à época. Desde lá que frases com grande poder de síntese me chamam a atenção. Esta que dá título a esta nossa conversa é um compilado de muitas delas que achei por aí. 

Posso dizer que é quase uma frase autoral. Uma busca no Google vai apresentar frases semelhantes, uma delas atribuída ao escritor Khaled Hosseini, no livro “O silêncio das montanhas”, escritor que é mais conhecido pelo best seller “O caçador de Pipas”.

Você, que já se acostumou às minhas abordagens técnicas, falando de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) , pode estar estranhando este nosso começo de conversa, mas me justifico: primeiro, porque deu vontade de trazer um papo mais leve nesse tão importante feriado nacional e, segundo, que o assunto “tudo a ver” que trago daqui a pouco e peço sua paciência e perseverança para continuar lendo, tem, sim, a ver com o tema e com o título. 

Ao final, para recompensar seu esforço e compreensão, indico dois livros interessantes e que vão nessa linha de misturar e entrelaçar questões técnicas, como economia, Imposto de Renda e outras até mais espinhosas, com situações menos ácidas do cotidiano, como as pequenas mentiras do dia a dia.

Ambos os livros, com a maestria que não conseguirei replicar aqui, trazem abordagens sobre os efeitos da imensidão de informações que a internet nos proporciona. Um deles chega a citar, inclusive, a queda nas cotações de seguros em alguns países porque as informações, antes restritas apenas aos corretores, tornaram-se públicas na rede mundial.

Como tenho um negócio online de treinamentos, estou sempre pesquisando para que lado esse mercado está indo e buscando até mesmo informações técnicas sobre temas que pretendo abordar, tanto nos treinamentos, quanto em diversas publicações que faço periodicamente. E não é raro encontrar pequenas mentiras, algumas por falta de conhecimento especialista, outras intencionais, para causar impacto.

Neste segundo grupo, incluo aquelas que, na minha opinião, fazem uso abusivo das ferramentas de marketing digital. Para que entendam melhor e concordem ou discordem da minha assertiva, cito um exemplo com o qual me deparei no maior repositório de vídeos da internet: a capa do vídeo estampava em letras garrafais: “Não pague Imposto de Renda em operações na Bolsa”, e em letras muito pequenas, “além do devido”.

Embora a frase inteira não tenha nada de mais, na forma como foi feita a tipagem, só enxergamos a primeira parte. E isso é feito para que o internauta clique e consuma o conteúdo. Na minha opinião, uma propaganda enganosa, sim. Comparando com os programas mundo cão da TV, há, sim, digamos, um sensacionalismo nisso.

No meu conservador modo de pensar, entendo que questões técnicas não podem merecer esse tratamento. Esses exageros caem bem para a arte, para o entretenimento e outras áreas, e não para o conhecimento técnico.

E como a internet é hoje a primeira fonte de consulta para uma grande variedade de assuntos que envolvem saúde, tributação, direito, economia, segurança e outras áreas do conhecimento, precisamos estar atentos para não sermos enganados.

Com isso chego ao tema que me chamou a atenção e que demonstra a preocupação dos órgãos reguladores com a qualidade das informações disponibilizadas e que visam coibir o uso de pequenas mentirinhas que podem, sim, causar danos e prejuízos a quem as consome.

Trato de ações recentes da Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, órgão vinculado ao Ministério da Economia, que oficiou redes sociais pedindo os dados das contas dos chamados influenciadores digitais que dão conselhos e orientações sobre finanças, investimentos e mercado de capitais, muitos deles oferecendo, inclusive, serviços pagos.

Levantamentos preliminares mostraram que existem, somente no Twitter, mais de 260 contas de influenciadores de investimentos, interagindo com um público de mais de 74 milhões de seguidores com um engajamento médio de 937 interações por publicação, conforme dados publicados pelo jornal “O Estado de S.Paulo”.

A CVM informou que se trata de trabalho de supervisão temática envolvendo a atuação de influenciadores nos mercados regulamentados pela autarquia, ou seja, o órgão estará de olho nas aparentes mentirinhas tentando vender mais, como também nos casos de propaganda enganosa, fraudes, pirâmides financeiras e outras.

E como você chegou até aqui, fez por merecer o nosso bônus: a indicação de dois livros interessantes sobre o tema que abordamos.

O primeiro, mais antigo, é o livro “Freakonomics”, de Stevem Levitt; o segundo é bem mais recente e também muito interessante: “Todo mundo mente”, de Seth Stephens-Davidowitz. 

Boa leitura!

Fonte: Contábeis
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