De acordo com a Serasa Experian, o número de brasileiros com o nome sujo bateu um novo recorde em 2019, alcançando o número de 63,2 milhões, que representa 40,4% da população adulta do país. Na comparação com o mesmo mês de 2018 (61,2 milhões), são 2 milhões de pessoas a mais, uma alta de 3,3%. 

O que significa ter o nome sujo?

Quando dizemos que alguém tem o nome sujo, referimo-nos às dívidas em atraso dessa pessoa, o que leva à negativação de seu CPF. Quem está com o nome sujo tem concessão de crédito dificultada, algumas instituições de ensino privadas podem recusar a renovação da matrícula, o banco pode impedir a abertura de conta corrente e bloquear o cheque especial. Além disso, essa situação impede que o indivíduo tire passaporte e preste concursos públicos 

A maioria dos brasileiros que, atualmente, encontram-se nessa situação devem para cartões e bancos. 

Veja abaixo em quais setores estão concentradas as dívidas dos brasileiros: 

Bancos e cartões: 28,6% 

Utilidades: 20,2% 

Telefonia: 12,1% 

Comércio: 11,7% 

Serviços: 10,5% 

Outros: 6,8%

Pedro Moreira foi professor da rede particular de ensino durante muitos anos. Aos 35 anos, foi diagnosticada uma tendinite severa, que o obrigou a abandonar suas atividades. Ele não conseguiu se aposentar por invalidez e, diante disso, sem renda fixa, passou a acumular dívidas no cartão. 

“Eu sinto que o brasileiro não sabe quase nada sobre educação financeira. Eu não sabia e, por isso, me enrolei. Gastei mais do que podia, deixei a dívida crescer e, quando me dei conta, meu nome estava sujo. Na época, eu estava dando aulas particulares, mas, ainda sem estruturar um modelo de negócio autônomo. Quando me vi nessa situação, pensei ser impossível sair dela, já que eu não podia retornar ao mercado devido ao meu problema de saúde”, compartilha conosco o professor. 

Qual a solução para reestruturar sua vida financeira?

Estar com o nome sujo é, de fato, uma situação desagradável. Mas, com organização e disciplina é possível reverter esse quadro. 

Pedro conta para a gente como conseguiu pagar sua dívida e, ainda, ter esperança suficiente para fazer planos futuros. “Descobri a categoria MEI porque um dos meus colegas de trabalho tinha acabado de conseguir seu CNPJ para aulas particulares. Ele me disse que ser MEI garantia auxílio doença e aposentadoria. Era tudo o que eu precisava. De início, não quis arriscar, porque não queria compartilhar o fato de ter o nome sujo. Mas, depois, descobri que era possível abrir uma MEI mesmo nessa situação”, conta Pedro. 

“Eu finalmente compreendi que teria que trabalhar por conta própria e estruturar meu negócio de aulas particulares. Fui lá e me formalizei. Fiz um plano de negócios, participei de aulas e palestras no Sebrae e, aos poucos, fui enxergando um caminho”, complementa nosso entrevistado. 

MEI

Então, é mesmo possível ser MEI com o nome sujo?

Sim! Mesmo com pendências no SPC/SERASA, pode-se abrir uma empresa MEI normalmente.

Essa é, aliás, uma ótima alternativa para quem deseja estabilizar e colocar a vida financeira nos trilhos. Foi o que aconteceu com Pedro Moreira, que, atualmente, não tem mais nenhuma dívida pendente e está com a agenda lotada de alunos particulares. Além disso, sendo MEI, ele pode participar de licitações e prestar serviços que exijam a emissão de nota fiscal.

Como faço para sair do vermelho?

Só abrir uma MEI não vai resolver o seu problema. É preciso agir para que as coisas mudem! Por isso, separamos algumas dicas que podem te ajudar a começar a organizar sua vida financeira: 

  1. Consulte os órgãos de proteção ao crédito 
  2. Organize os gastos mensais
  3. Faça contato com os credores e renegocie 
  4. Programe-se para não se endividar de novo 

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Conteúdo original Dicas MEI

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Fonte: Jornal Contábil
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