Com abertura em leve queda nos primeiros minutos do pregão, a moeda norte-americana atingiu o menor valor desde 4 de novembro, quando estava cotado em R$ 5,02. Ao longo do dia, a máxima chegou a testar o R$ 5,12 e a mínima em R$ 5,06. Já no acumulado do ano o dólar acumula recuo de 3,79% frente ao real.
Desde de outubro do ano passado o dólar vem perdendo valor no mundo, o que favorece o real e a que tudo indica deve permanecer com o fim do ciclo de alta nos juros nos EUA e o bom diferencial de juros interno e externo, além do enfraquecimento de pautas políticas com impactos fiscais em Brasília e estresses de transição de governo.
Os motivos dessa volatilidade se dão por diversos fatores, entre eles é preciso considerar que o dia foi de agenda doméstica fraca e o foco todo esteve voltado ao exterior, com divulgação dos dados de pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA, que atingem 186 mil, em um consenso de 205 mil. Consequência disso, os Estados Unidos apresentaram desaceleração no crescimento econômico no último trimestre do ano passado na comparação com o trimestre anterior, sinalizando que a política monetária imposta pelo Federal Reserve, o banco central americano, tem surtido efeito, mas traz um alerta sobre uma possível recessão para 2023.
Além disso, o FED tem previsão de reduzir seu ritmo de aumento de juros para 0,25%, sendo a menor elevação das taxas desde que começou o ciclo de aperto em março de 2022. Isso acabou acarretando a impressão sobre um eventual término do aperto da política do banco central americano após a reunião de 1 de fevereiro. Ou seja, nos EUA, ainda haverá algumas altas residuais dos juros, e o diferencial de juros pressiona o dólar. O segundo fator é a alta da dívida líquida, que tem a ver com o cenário fiscal e que também coloca pressão no dólar. E vemos um cenário de queda das commodities lá fora, por causa da desaceleração global.
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Ainda, no dia de hoje, o Banco Central, após identificar um erro na série histórica do fluxo cambial de 2022, revisou o resultado e passou de uma entrada líquida de 9,574 bilhões de dólares para uma saída de 3,233 bilhões de dólares. O erro, segundo o órgão, ocorreu nas contratações de câmbio para importação, que subiram de 238,1 bilhões de dólares para 250,2 bilhões de dólares, uma diferença de 12,8 bilhões de dólares após a revisão. Com isso, o saldo líquido de câmbio contratado no ano foi reduzido nessa mesma proporção.
Por Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank
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Fonte: Jornal Contábil
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