A nova edição da Série Cidadania Financeira, publicação do Banco Central (BC) para disseminar conhecimentos sobre cidadania financeira, mostra uma diminuição significativa da desigualdade em indicadores de inclusão financeira. Os principais avanços estão no maior acesso e uso de serviços financeiros pelos brasileiros, principalmente considerando a população de menor renda. A Série analisa os dados do Global Findex, o banco de dados da mais importante pesquisa internacional sobre inclusão financeira do mundo, publicado regularmente pelo Banco Mundial, com a quarta edição da pesquisa realizada em 2021. Confira a íntegra da Série Global Findex – O Brasil na comparação internacional no site do BC.
“A pesquisa indicou, por exemplo, um crescimento de 14 pontos percentuais entre 2017 e 2021 na quantidade de adultos detentores de conta em instituições financeiras no Brasil, com 84% dos respondentes relatando possuir conta em 2021. Considerando apenas o extrato de 40% mais pobres, o número evoluiu de 57% dos respondentes em 2017 para 82% em 2021”, explica Lucas Iten Teixeira, do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central.
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Já o crescimento no uso de pagamentos digitais no Brasil resultou na redução da desigualdade entre os indicadores dos grupos mais ricos e mais pobres. Em 2017, 43% do grupo de menor renda utilizavam pagamentos digitais contra 68% dos mais ricos, uma diferença de 25 pontos percentuais (p.p). Em 2021, a diferença reduziu para 7 p.p., com 72% dos mais pobres utilizando pagamentos digitais.
“Alguns fatores podem estar relacionados a esse rápido crescimento da adoção de meios digitais pelos brasileiros: maior número de prestadores de serviço no mercado; expansão das fintechs, notadamente das IPs; evolução tecnológica; criação do Pix; aumento do acesso à internet e a smartphones pela população em geral”, disse Diogo Nogueira Cruz, do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central.
Brasil e outros países
Quando comparado com outros países ou regiões, identificou-se no Brasil um percentual de brasileiros que poupam um pouco maior (46%) que a média da América Latina (42%), apesar de ainda ser significativamente menor que a média dos países da OCDE (77%). Vale destacar que esta foi a primeira vez que o Brasil ultrapassou a média latino-americana.
Um outro grande desafio demonstrado no estudo diz respeito ao bem-estar financeiro. Apesar dos avanços, a pesquisa demonstra que o brasileiro apresenta um elevado nível de preocupação com as questões financeiras, principalmente com a possibilidade de não ter dinheiro suficiente para pagar contas mensais. Além disso, a resiliência financeira dos brasileiros, mensurada pela facilidade de o cidadão lidar com choques financeiros inesperados, está bem abaixo da média dos países da OCDE. Dos países do grupo em que se encontra (renda média-alta), o Brasil está entre aqueles que têm a menor resiliência.
Global Findex
Desde 2011, o Global Findex, tem sido a principal fonte de dados com relação a forma como os adultos em todo o mundo acessam e usam os serviços financeiros. O objetivo dessa edição da Série de Cidadania Financeira é analisar os dados da quarta edição da pesquisa com enfoque no Brasil, de forma a avaliar a evolução do país ao longo do tempo, bem como comparar a situação do Brasil com outros países e regiões ao redor do mundo.
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A pesquisa de 2021 foi realizada em 123 países, com cerca de 125 mil entrevistados no total. No Brasil, a pesquisa contou com uma amostra de 1.002 respondentes por telefone. O dado global de acesso a uma conta em uma instituição financeira foi de 76% dos adultos, um avanço de 25p.p. em relação à primeira pesquisa. O crescimento observado no Brasil com relação ao uso de pagamentos digitais também foi evidenciado globalmente, crescimento este identificado principalmente após o início da pandemia da Covid-19.
Confira a íntegra da Série Global Findex – O Brasil na comparação internacional no site do BC.
Fonte: Banco Central do brasil
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Fonte: Jornal Contábil
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