Banco Central quer Real Digital em 2024, afirma Roberto Campos Neto

Se depender do Banco Central (BC), o real digital será lançado em 2024, afirma o presidente do BC, Roberto Campos Neto. “Em termos de moeda digital, a gente quer um piloto em 2023 e em 2024 eu gostaria de ter um lançamento”, reforça Campos Neto, em evento do Poder 360 sobre segurança e proteção de dados no mundo digital, realizado em 13/12.
O presidente do BC disse que há alguns desafios de cronograma para o lançamento do real digital, como a realização de testes piloto fechado da moeda digital a partir do ano que vem, envolvendo a participação de algumas instituições selecionadas.

O Brasil precisa avançar logo na criação da sua moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) e participar do sistema de interação digitalizado global, defende Campos Neto. Para isso, o BC estuda a criação de um sistema descentralizado de custódia de ativos digitais e, assim, estimular os bancos a tokenizar seus ativos – ou seja, transformar bens físicos ou produtos financeiros tradicionais em contrapartidas digitais.
De acordo com a apresentação de Campos Neto, os passos a serem cumpridos para a criação do real digital são a maior inclusão digital, menor custo de intermediação financeira, aumento da competitividade – o que inclui redução das barreiras de entrada de novos players, eficiência no controle de riscos, monetização de dados e a tokenização completa de ativos financeiros e contratos.

PIX

Uma das formas de integração do real digital com o sistema digitalizado global é acelerar os pagamentos transfronteiriços e, nesse sentido, o Brasil tem na internacionalização do Pix uma vantagem competitiva.
Campos Neto reforça que o Pix é um meio de pagamento seguro, mas que ainda é preciso reforçar o nível de segurança de dados. Ele cita que os vazamentos no Pix não são sensíveis e que as brechas decorrem da falta de critério dos usuários ao compartilhar dados na internet.
“A segurança de dados das empresas é um tema que precisamos olhar com bastante cuidado. Na verdade, você acaba expondo o balanço das empresas em tempo real dependendo da solução que você adote”, observou.

Marco das criptomoedas

O marco das criptomoedas (PL 4.401/21), aprovado no Congresso no final de novembro e à espera da sanção presidencial, também foi incluída na apresentação do presidente do BC. De acordo com a autoridade monetária, a nova regulação tem que considerar aspectos como postura proativa em relação aos criptoativos, entender como eles podem transformar a intermediação financeira, como vão interagir com o mercado financeiro tradicional e outros mercados.
Também é preciso levar em conta a sua interligação da indústria de criptoativos com novos sistemas, como o CBDC, Pix e Open Finance, além de interações com o mundo real e metaverso. Para o BC, a regulação “deve permitir que essas inovações ocorram com segurança e tragam mais eficiência ao sistema financeiro”.

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Fonte: Portal Contnews
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