As relações internacionais e o comércio exterior são influenciados por uma série de acordos, tratados e blocos econômicos que visam fortalecer as alianças entre os países, proteger a soberania nacional e buscar vantagens comerciais. Assim como outras nações, o Brasil também estabelece essas parcerias, como é o caso do BRICS.
Neste artigo, vamos tratar sobre tudo que é preciso saber sobre o BRICS e a influência desse grupo no comex. Confira!
- Entendendo o BRICS
- Quais os países pertencentes ao BRICS?
- Principais objetivos do BRICS
- Como funciona o Brics e suas relações comerciais
- Brics e a economia mundial: Qual a importância dessa parceria?
- Veja como a Mainô pode ajudar sua empresa a lidar com operações internacionais
Entendendo o BRICS
O BRICS é um acrônimo que representa as cinco principais economias emergentes do mundo. Em resumo, elas se uniram em uma cooperação econômica e política para promover o desenvolvimento conjunto entre seus membros. Sendo assim, abrange áreas como comércio, investimentos, tecnologia, energia, ciência, cultura e diplomacia.
A criação do grupo é remetida simbolicamente à Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro de 2006, quando os ministros das relações exteriores do Brasil, Rússia, Índia e China se encontraram em Nova York. Durante esse encontro, eles realizaram uma série de reuniões sobre diversos assuntos de interesse compartilhado.
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Nessa época, já buscava-se maior representatividade nos fóruns econômicos internacionais a fim de equilibrar forças com o G7. Basicamente, trata-se dos setes maiores países capitalistas do mundo: Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Japão, Itália e Canadá.
Oficialmente, a primeira reunião do BRICS aconteceu em junho de 2009, na Rússia. Na ocasião, participaram Dmitri Medvedev, da Rússia; Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil; Hu Jintao, da China, e o primeiro-ministro indiano da época, Manmohan Singh.
Desde então, o BRICS se institucionaliza mais a cada ano e realiza cúpulas regularmente para gerar políticas de cooperativismo entre seus participantes. Ao mesmo tempo, tornou-se o representante de outros países emergentes na luta por mais protagonismo no cenário internacional.
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Quais países fazem parte do BRICS?
O termo BRIC foi criado pelo economista britânico Jim O’Neill em 2001. Inicialmente, referia-se apenas a Brasil, Rússia, Índia e China, países emergentes que compartilham características semelhantes e possuem grande potencial para atingir 50% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial até 2050.
Somente em 2011, a África do Sul foi incluída no grupo. Por esse motivo, adicionou-se o “S”, de South Africa, nome do país em inglês, à sigla. Essa inclusão foi considerada um ato político para trazer mais representatividade regional, visto que naquela época o país não estava em ascensão econômica.
Principais objetivos do BRICS
Embora cada país membro do BRICS tenha particularidades e desafios internos, o grupo busca aumentar sua influência na conjuntura internacional, elaborar soluções para desafios globais e fomentar uma ordem mundial mais justa e equilibrada. Para isso, encontram-se todos os anos para discutir questões de interesse comum e definir ações cooperativas.
Vale ressaltar, ainda, que o BRICS se preocupa com o crescimento econômico dos componentes e com a qualidade dessa expansão. Por isso, tem como um dos objetivos combinar o aprimoramento dos parques industriais e das atividades econômicas com o desenvolvimento sustentável. Nessa perspectiva, também impulsiona o combate à desigualdade social, à pobreza e ao desemprego em seus países.
Apesar da grande articulação e contribuição entre os países do BRICS, é importante destacar que essa união não é um bloco econômico ou político formalmente estabelecido, organismo internacional ou uma aliança econômica. Em vez disso, pode ser melhor compreendido como um mecanismo internacional de cooperação entre as cinco nações que o integram.
Como funciona o BRICS e suas relações comerciais?
As relações comerciais entre os países do BRICS são fundamentais para a cooperação econômica entre eles. Por essa razão, buscam sempre aumentar o comércio e o investimento mútuo, bem como promover o desenvolvimento conjunto em diversas áreas.
Dessa forma, os membros têm buscado a redução de barreiras comerciais entre si, com o objetivo de promover o comércio bilateral. No entanto, até o momento, não foi estabelecido um acordo de livre comércio abrangente entre os cinco.
Em 2014, criou-se o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do BRICS, que tem como finalidade financiar projetos de infraestrutura e crescimento sustentável nos países-membros. Em vista disso, proporciona empréstimos e assistência financeira para projetos de áreas prioritárias, como infraestrutura, energia renovável, transporte, entre outras.
Nesse mesmo ano, foi formado o Fundo de Reservas do BRICS para preservar a estabilidade financeira dos países membros em tempos de crise. O fundo é uma reserva de recursos que pode ser usada para fornecer assistência financeira em caso de necessidade.
As parcerias comerciais entre os países do BRICS têm aumentado ao longo dos anos, impulsionadas pelo progresso econômico e pela complementaridade das economias dos membros. Todavia, também existem desafios, como diferenças nas políticas comerciais, barreiras não tarifárias e questões de competitividade. O grupo continua a buscar formas de superar os percalços e fortalecer a cooperação econômica.
A importância do BRICS para a economia mundial
Em primeiro lugar, o BRICS possui um enorme potencial econômico. Esses países representam mais de 40% da população mundial e cerca de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) global.
Com mercados internos robustos, recursos naturais abundantes e mão de obra cada vez mais qualificada, o BRICS se tornou um polo de investimentos e um mercado atrativo para empresas de todo o mundo. Assim, tem sido um motor de crescimento econômico global.
Outro aspecto relevante é o papel do BRICS na reforma das instituições financeiras internacionais. Os integrantes têm buscado mais voz nas decisões econômicas globais, questionando a predominância de entidades como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
A cooperação entre esses países emergentes fortalece suas economias, promove o comércio internacional, impulsiona a inovação e desafia o sistema financeiro internacional. Portanto, reconhecer a importância do BRICS é fundamental para compreender as transformações e as oportunidades na economia do mundo.
A importância para o setor de importação e exportação no Brasil
O BRICS desempenha um papel significativo no setor de importação e exportação no Brasil, trazendo benefícios e oportunidades. Como associação de países emergentes, torna-se uma plataforma para a promoção do comércio bilateral e multilateral entre seus membros, o que impulsiona o fluxo de bens e serviços.
Além disso, é um mercado consumidor de grande relevância para o Brasil, já que os países membros têm uma população combinada de bilhões de pessoas. Por esse motivo, possuem um imenso potencial de demanda para os produtos brasileiros.
A China, por exemplo, é a principal parceira comercial do Brasil por 14 anos consecutivos. Nos últimos 10 anos, as exportações para lá cresceram 56%, enquanto as importações do país asiático representam uma grande fatia do comex brasileiro. No ano de 2022, o valor total do comércio entre os dois países atingiu a marca de US$ 171,34 bilhões.
Oportunidades de negócios para as empresas brasileiras
As empresas brasileiras têm várias oportunidades de negócios nos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), devido ao tamanho e ao potencial dessas economias emergentes. Aqui estão algumas possibilidades:
Rússia
Setor energético: A Rússia é rica em recursos naturais, especialmente petróleo, gás natural e minerais. Empresas brasileiras do setor de energia podem explorar parcerias em projetos de extração, transporte e distribuição de recursos energéticos.
Índia
Tecnologia da informação: A Índia é conhecida por sua indústria de TI em rápido crescimento. É possível explorar oportunidades de terceirização de serviços de software, desenvolvimento de aplicativos móveis e outras soluções de TI.
Setor farmacêutico: A Índia também é um dos maiores produtores de medicamentos genéricos do mundo. Existe a possibilidade de buscar colaborações para pesquisa, desenvolvimento e distribuição de medicamentos e outros produtos farmacêuticos.
China
Setor de manufatura: A China é conhecida como a “fábrica do mundo”. Sendo assim, pode-se investir na fabricação terceirizada, especialmente em setores como eletrônicos, têxteis, calçados e brinquedos.
Setor de tecnologia: As indústrias chinesas também estão investindo em tecnologias emergentes, como inteligência artificial, internet das coisas e tecnologia 5G.
África do Sul
Mineração: A África do Sul é rica em recursos minerais, incluindo ouro, platina, carvão e diamantes. Companhias brasileiras no setor de mineração podem investir em parcerias para a extração e processamento desses recursos.
Turismo: Por fim, o país africano possui uma indústria turística em crescimento, com atrações como safáris, paisagens naturais deslumbrantes e vinícolas. Empresas de turismo podem oferecer serviços de viagens, hospedagem e pacotes turísticos para atender aos visitantes internacionais.
É importante realizar pesquisas de mercado detalhadas, compreender as regulamentações locais e buscar parcerias estratégicas para ter sucesso nos mercados do BRICS.
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Por Suellen Martins
Original de Maino
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Fonte: Jornal Contábil
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