Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Nesta quarta-feira (30), o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, pediu exoneração do cargo para assumir a função de diretor-executivo da Fundação Butantan.

A Secretaria Estadual de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, informou em nota ter aceitado o pedido, a demissão ocorreu, após reunião com o governador Rodrigo Garcia.

 “O professor Dimas Covas pediu sua exoneração, que foi aceita pela Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, à qual o Instituto Butantan é vinculado. Sendo assim, Dimas deixou a direção do Instituto Butantan em 11 de novembro, na mesma data em que se deu a sua nomeação para a Fundação Butantan”, disse a Secretaria.

Dimas Covas estava à frente do Butantan desde fevereiro de 2017. Em sua gestão, o instituto assumiu a produção da vacina CoronaVac, a primeira usada na imunização contra a Covid-19 no Brasil.

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Motivação do desligamento

Segundo a Folha, a saída ocorreu em meio a desgastes de Dimas Covas com a gestão de Rodrigo Garcia (PSDB) e após investigação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo apontar possíveis irregularidades em contratos sem licitação feitos pela Fundação Butantan com a SAP, empresa fornecedora de software, mas o ex-diretor do instituto diz que a razão de sua saída foi a transferência para a Fundação. A SAP também nega qualquer irregularidade.

Em nota, o instituto também se manifestou. “O médico hematologista Dimas Covas deixou o Instituto Butantan porque assumiu o cargo de Diretor Executivo na Fundação Butantan, instituição de direito privado que apoia o Instituto. Esta decisão foi alinhada com o governo do estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, na medida em que não é possível que um mesmo profissional ocupe esses dois cargos concomitantemente. Tudo que se falar para além disso é especulação. A reunião que foi decidida o afastamento de Dimas Covas foi realizada no dia 17 de outubro”.

“Estou afastado do Instituto Butantan desde o dia 17 de outubro. Fui escolhido pelo Conselho Curador da Fundação Butantan para assumir o cargo de diretor-executivo. E não é possível acumular o cargo de diretor do Instituto com o de diretor-executivo da Fundação. Foi isso” afirmou Dimas Covas.

Entre as razões para Dimas Covas decidir sair do cargo que lhe ofereceu projeção nacional está a saída do farmacêutico Rui Curi da direção da Fundação, em agosto, abrindo a vaga. 

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Suspeita de ilegalidades

Como já foi citado, um dos motivos pelo qual Dimas teria se desligado do Butantan seria uma investigação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) que investiga contratos firmados pelo órgão com empresas na área de tecnologia da informação que ocorreram sem licitação. 

Ao assumir o cargo, em fevereiro de 2017, Covas comandava 663 servidores do instituto e 1.327 funcionários da fundação. Após cinco anos, o Instituto Butantan passou a ter 461 colaboradores e a Fundação Butantan, 2.970 empregados.

Os valores, sob suspeita de ilegalidades e superfaturamento, ultrapassariam os R$ 150 milhões. Em meio a sua gestão à frente da fundação, Dimas aumentou o número de colaboradores, enquanto o quadro de funcionários do instituto diminuía.

A GloboNews confirmou que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) apura a legalidade de contratos na área de tecnologia da informação, fechados sem licitação pela Fundação Butantan, que totalizam mais de R$ 150 milhões. A empresa contratada é fornecedora de um software.

Porém, uma das supostas ilegalidades investigadas pelo Tribunal é o risco de superfaturamento nesta contratação. Mas de acordo com o instituto, “o software em questão, adquirido pelo Butantan, atende a maior parte das indústrias farmacêuticas localizadas no Brasil e no exterior. Atualmente, 18 dos 20 maiores produtores mundiais de vacinas estão executando sua produção em soluções SAP, que cobrem o processo de ponta a ponta, desde a produção, passando pela distribuição controlada, administração, até a monitorização pós-vacina.”

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Fonte: Jornal Contábil
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