Os produtores de cachaça e de aguardente de Luiz Alves (SC), município localizado a cerca de 130 quilômetros de Florianópolis, estão comemorando nesta terça-feira (6). É que o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG) na modalidade Denominação de Origem (DO) para a região. Com a decisão, o país passa a ter 116 registros formalizados – 88 Indicações de Procedência e 28 Denominações de Origem.
Esse reconhecimento concedido para o território de Luiz Alves possibilita fortalecer a reputação positiva que a região já tem junto aos consumidores, por conta do produto diferenciado pelos fatores naturais e humanos que impactam na sua produção. Com isso, os produtores da região podem contribuir para impulsionar o desenvolvimento local, com base nos diferenciais da bebida.
Hulda Giesbrecht, analista de inovação do Sebrae
A história da produção de cachaça no local remonta ao início do século passado, com a colonização do município catarinense. A cachaça artesanal, inicialmente produzida em pequena escala, logo se tornou um produto relevante para o comércio da cidade, que desde 1984 realiza a Festa Nacional da Cachaça (Fenaca) e, em 2018, foi reconhecida como capital catarinense da bebida.
Um dos diferenciais da aguardente de Luiz Alves é o uso do melado como matéria-prima da fermentação, no lugar do caldo de cana fresco. Além disso, são utilizadas leveduras nativas, em vez das industrializadas. Isso permite uma fermentação de baixa velocidade, que produz álcoois de qualidade elevada, que trazem complexidade, harmonia, persistência e equilíbrio sensorial à bebida. Os alambiques da região trazem aromas e sabores singulares ao produto, com notas de amêndoas, mel, café e traços minerais.
A temperatura amena e o clima local temperado úmido da região também influenciam na qualidade da cachaça e da aguardente, uma vez que são considerados favoráveis ao envelhecimento das bebidas, reduzindo a evaporação da água e mantendo o teor alcoólico desejado.
A tradição e a experiência familiar são outros fatores que dão destaque aos produtos de Luiz Alves (SC). Gabriel Spezia representa a terceira geração que trabalha com a produção da bebida na família e é o proprietário do Alambique Casa Forte, além de ser presidente da Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Luiz Alves (Apcala). O produtor explica a importância da conquista do reconhecimento.
Vem para dar ainda mais valor à nossa cachaça, valorizar os nossos produtores. Vai impactar diretamente na nossa comercialização e vai inibir algum tipo de falsificação, garantindo ainda mais que o produto de qualidade feito em Luiz Alves, por nós produtores, chegue realmente à mesa do consumidor final.
Gabriel Spezia, produtor
Ele conta ainda que a participação do Sebrae foi fundamental para a conquista. “Eles sempre estiveram conosco, desde o começo, facilitando o caminho para a gente chegar até aqui. Sem o Sebrae não seria possível”, afirmou.
Indicações Geográficas
As Indicações Geográficas (IG) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas possuem duas funções principais: agregar valor ao produto e proteger a região produtora.
O sistema de Indicações Geográficas promove os produtos e sua herança histórico-cultural, que é intransferível. Essa herança abrange vários aspectos relevantes: área de produção definida, tipicidade, autenticidade com que os produtos são desenvolvidos e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade. Tudo isso confere uma notoriedade exclusiva aos produtores da área delimitada.
Fonte: SEBRAE
Contabilidade em São Bernardo do Campo. Abertura de empresa é com a Contabilidade Dinelly. Clique aqui