Em entrevista ao Correio, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, explica um possível lançamento de uma nova modalidade microcrédito no Brasil, que tomará como base uma bagagem de aprendizado adquirida pelo gestor no exterior
Nesta linha, Guimarães, passou as últimas semanas visitando bancos e outros órgãos reguladores de Bangladesh e do Quênia, países que são referências quando o assunto é microcrédito. Dentre as instituições visitadas pelo gestor, está o Grameen Bank, o primeiro banco especializado na modalidade do mundo.
Conforme o divulgado, o presidente planeja utilizar suas experiências e aprendizados adquiridos nas viagens para estabelecer um programa nacional de microcrédito no país via Caixa Tem. Segundo Guimarães, a ideia é “aprender de fato como se faz microcrédito” e “utilizar isso para o Brasil”
“Esta viagem foi muito importante para melhorar a nossa operação do microcrédito. Bangladesh e Quênia são países que já têm uma operação eficiente e madura, pois começaram há 50 anos”, diz o presidente nas redes sociais.
Em resumo, o gestor afirma que a ideia foi compreender o modo como o microcrédito nesses países são aprovados, e aplicar tais conhecimentos no Brasil, complementando que através do Caixa Tem já há comunicação junto aos clientes.
“O Caixa Tem nós desenvolvemos para pagar o Auxílio Emergencial em 20 dias pagando 50 milhões de pessoas. Atualmente, 109 milhões de pessoas têm o aplicativo, e nós pagamos pôr mês ao redor de 30 milhões de pessoas. Então, em relação ao Caixa Tem, já há comunicação”, explica Guimarães.
Por sua vez, críticas destinadas ao programa do Caixa Tem, alegam que as faixas de crédito liberadas pelo Banco, acarretam ao endividamento dos cidadãos contratantes. Sobre esta questão, o gestor, rebate dizendo que essa parcela da população já toma crédito por taxas muitos maiores, sendo de 15% a 20%.
Ainda sim, a pretensão do banco é melhorar a atual operação, de modo a manter uma trajetória do microcrédito no Brasil. Dentre as possibilidades, provindas da experiência nos países da Ásia e da África, está a concessão de créditos a pequenos empreendedores agrícolas.
Vale ressaltar que a Caixa já conta com uma categoria de crédito agrícola, todavia, a nova oportunidade será destinada a agricultores de pequeno porte que não entram no Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).
Por fim, cabe salientar que Pedro Guimarães, esclarece que o enfoque da nova modalidade no Brasil não irá se restringir às atividades agrícolas, afirmando que pretende “fazer várias coisas”. Para cumprir com as metas desejadas, o gestor destaca a efetividade do aplicativo Caixa Tem.
“Isso permite que consigamos falar com mais pessoas. Para fazer um programa que atinja cinco milhões de pessoas em meses, tem que ser pelo celular. Em Bangladesh eu senti uma maior evolução tecnológica em alguns bancos, mas não chega perto do Caixa Tem.” afirma Guimarães.
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Fonte: Jornal Contábil
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