Por Luciana Melo Costa
Comunicação CFC
O Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR), por meio da Comissão da Diversidade e Inclusão Profissional, promoveu, nesta quinta-feira (27), o 1º Encontro das Comissões de Diversidade e Inclusão de Conselhos Regionais de Contabilidade. O objetivo do evento foi iniciar um diálogo coletivo em torno das questões que permeiam a diversidade, inclusão e equidade na profissão contábil.
Estiveram presentes à abertura do evento, o presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRCPR), Laudelino Jochem, o presidente do Conselho Regional de Contabilidade da Bahia (CRCBA), André Luis Barbosa dos Santos, o presidente do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRCSP), José Aparecido Maion, e a diretora-executiva do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Elys Tevania, que representou o presidente do CFC, Aécio Dantas, que não pode comparecer à ocasião por motivos de agenda.
Laudelino Jochem iniciou os trabalhos agradecendo aos presentes e fez um breve histórico da experiência do respectivo conselho desde a criação da Comissão de Diversidade e Inclusão do CRCPR.
“Quando eu tomei a decisão de criar a Comissão de Diversidade e Inclusão, fui bastante criticado. O Paraná é um estado que ainda precisa avançar muito nesse sentido. Ainda ouço comentários que me deixam bastante preocupado e triste, pois, em pleno século 21, nós já deveríamos, como seres humanos, ter superado as questões raciais, de orientação sexual, entre outras coisas. Mas ainda temos uma camada muito grande da população e dos profissionais da contabilidade que ainda agem com preconceito e que acabam atrapalhando o bom convívio, o bom relacionamento dentro da sociedade (…) E hoje, depois de mais de um ano de criação dessa comissão, percebo que as pessoas passaram a refletir sobre essa causa e começaram a ver que realmente é preciso mudar.”, afirmou.
Na sequência, a diretora executiva do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Elys Tevania, parabenizou a iniciativa do CRCPR e falou sobre a implantação do programa CFC Inclusivo e destacou o objetivo da iniciativa no CFC.
“O grande objetivo do Conselho Federal de Contabilidade, com essa bandeira da inclusão, é tentar melhorar o ambiente na classe contábil para que as minorias possam se sentir mais abraçadas, mais acolhidas. Nós tivemos testemunhos de professores que, dentro da sala de aula, viram muitos alunos desistirem, porque não se sentiam acolhidos, não se sentiam parte dessa profissão. Então, é claro que estamos falando aqui de uma mudança de cultura, de uma mudança estrutural”, disse.
A diretora destacou, ainda, a linha de atuação da bandeira inclusiva do CFC. “Nossa pauta está muito alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da ONU. Está vinculada às tendências da Federação Internacional dos Contadores (Ifac). Então, a gente tem muita coisa a fazer.”, ressaltou.
Elys Tevania lembrou como essa questão afeta de forma contundente àqueles que sofrem preconceito. “Qualquer um que faz parte de um grupo de minoria, só quem sente a discriminação, sabe quanto que isso corrói a nossa alma, corrói o nosso espírito porque não é a capacidade técnica, científica ou intelectual das pessoas, mas sim ser taxado ou discriminado porque nasceu nordestino, mulher, negro ou pessoa com deficiência”, ponderou.
A diretora falou da complexidade e sensibilidade que essa questão abrange. “Tratar desse tema é uma coisa extremamente delicada e que carece da nossa parte cuidar disso com muito amor, porque, muitas vezes, entendemos que estamos fazendo a coisa certa mas, ao invés de agradar, acabamos desagradando. Então, é um terreno extremamente delicado e que precisamos ter todo o cuidado de como caminhar com isso, principalmente porque quando falamos de mudança de cultura não é fácil impor essa quebra às mentes que já têm muitos conceitos cristalizados.”, declarou.
O encontro foi realizado no formato on-line e foi uma grande oportunidade de as comissões apresentarem suas ações e trocarem experiências. Na pauta de discussões, foram tratados assuntos relacionados ao etarismo, ao racismo, ao capacitismo, à questão de gênero, às práticas de ESG no reforço à diversidade e à inclusão, entre outras coisas.
Fonte: CFC
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