Uma das consequências do diabetes, as lesões cutâneas são responsáveis pela internação de cerca de 20% dos pacientes e, se não cuidadas adequadamente, podem levar à morte. O diabetes é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue, essa alteração resulta em defeitos na ação da insulina, isso faz com que os diabéticos tenham que estar sempre controlando e atentos à quantidade de açúcar no sangue.
Além da alteração de açúcar no sangue que tem que ter um controle e um cuidado, outro problema que preocupa os diabéticos é a dificuldade no processo de cicatrização de feridas no corpo. Os doentes diabéticos não conseguem obter uma cicatrização de feridas de forma correta, ou seja, demora mais que o normal a cicatrização. Isso acontece devido a alteração das funções dos leucócitos, que são células sanguíneas conhecidas por muitas pessoas como glóbulos brancos, o que acaba aumentando o risco de sangramento e prejudicando os processos inflamatórios e de cicatrização. Por isso, até mesmo em pequenos ferimentos, é importante observar como a pele reage para evitar que se transforme em uma infecção.
De acordo com dados da Federação Internacional de Diabete (IFD), a doença atinge mais de 537 milhões de adultos com idade entre 20 e 79 anos no mundo, o que representa 10,5% da população mundial. No Brasil, 5º país em incidência de diabetes no mundo, são 16,8 milhões de doentes adultos, perdendo apenas para a China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.
“É uma doença crônica, que ocorre por insuficiência pancreática na produção de insulina ou por incapacidade corporal de sua utilização efetiva. Classificada como Tipo I (deficiência de insulina) e Tipo II (resistência à insulina). O diabetes pode levar a sérios danos em diferentes órgãos como o coração, os vasos sanguíneos, as complicações microvasculares, que podem afetar os olhos, os rins e os nervos periféricos, que pode levar a cegueira e amputações”, comenta Clariana Majado, enfermeira especialista em estomaterapia, atua como enfermeira sênior na clínica ConvaCare nas áreas de tratamento estomia e feridas.
Além disso, os diabéticos enfrentam o desenvolvimento de úlceras crónicas do pé diabético, que podem atingir cerca de 15% das pessoas com diabetes. Essa é uma complicação grave da diabetes e precede 85% das amputações em diabéticos. Isso acontece porque nos doentes diabéticos quando acontece a hipóxia, no momento que o oxigênio não consegue atingir de forma tão eficaz certas zonas do corpo. A hipóxia contribui para a deficiente cicatrização e faz com que a produção de novos vasos sanguíneos seja mais reduzida.
“As úlceras nos pés apresentam incidência anual de 2% e, aproximadamente, 20% das causas de internações de pessoas com diabetes, que ocorrem por essas lesões nos pés e nos membros inferiores em geral. Essas complicações são responsáveis por 40 a 70% dos casos de amputações não traumáticas e que as úlceras precedem 85% das amputações de membros inferiores”, explica a especialista.
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Curativos e técnicas que ajudam na cicatrização e prevenção
Para o tratamento, é necessário realizar uma boa avaliação dos pés dos pacientes diabéticos. Sendo assim, começa por uma entrevista adequada para identificar o histórico clínico da pessoa, como: o tempo de doença, as complicações, as histórias de úlceras, amputações, tabagismo, entre outras comorbidades que a pessoa pode apresentar.
“A partir disso, é realizada uma avaliação, na qual ocorrem testes para examinar toda a dinâmica dos pés e membros inferiores, como a sensibilidade, a pisada, sinais de infecção, coloração da pele, tempo da lesão, micoses que possam ter na região. Feito isso, é estabelecido o tipo de tratamento: podem ser tópicas, que são curativos utilizados para a lesão e colocados nessa ferida”, comenta Clariana.
O principal objetivo do tratamento é manter a úlcera limpa, úmida e coberta, favorecendo o processo de cicatrização, as indicações das coberturas devem ser escolhidas mediante o predomínio do tipo de tecido e a prioridade que o tratamento exija, no momento da avaliação da ferida.
Além disso, Clariana explica que o tratamento inclui, ainda, a parte de prevenção:
- A inspeção dessas áreas para que o paciente consiga ter a avaliação do autocuidado;
- A identificação de sinais diferentes dos pés, como a sensibilidade ou falta dela;
- O tipo de calçado adequado para os portadores da doença (sapatos ortopédicos ou semi ortopédicos, que são confortáveis e não abafam);
- O corte de unha, como a pessoa diabética apresenta dificuldades no processo de cicatrização, o indicado é lixar as unhas ao invés de cortá-las. Dessa maneira, o risco de machucar e contrair infecções é menor.
A ConvaCare é um centro internacional de excelência no tratamento e reabilitação de pessoas com feridas, estomias e incontinência urinária.
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Fonte: Jornal Contábil
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