Devido à crise financeira, está cada vez mais difícil manter uma vida financeira saudável no Brasil. O número de inadimplentes cresce cada vez mais e muita gente não sabe o motivo. A falta de conhecimento é o principal motivo que faz o consumidor cair nas chamadas “dívidas ruins”.
De acordo com um levantamento de dados feito pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), a dívida a bancos, operadoras de cartão de crédito, financeiras e leasing atingiu, nesse ano, 52% dos 62,6 milhões de brasileiros com o nome negativado.
Mesmo levando em conta as taxas de juros, solicitar um empréstimo errado pode transformar o que deveria ser uma solução em um problema ainda maior. É importante planejar, pesquisar e conhecer todos os tipos de empréstimo antes de escolher. Saber usá-los também pode evitar uma inadimplência, independente da quantidade de dívidas.
Quais são os tipos de empréstimo?
Cada modalidade de linha de crédito possui sua característica e taxas de juros próprias. Algumas são indicadas para situações específicas que podem prejudicar o solicitante caso seja escolhida erroneamente.
Cheque especial
Uma das modalidades com taxas de juros mais altas, o cheque especial é acionado no momento em que o cliente utiliza todo o saldo que possui na conta-corrente. Aplicado automaticamente, os juros do cheque especial são debitados da conta, assim o correntista não deixará de ter dinheiro em sua conta.
De acordo com um levantamento de dados feito pela Anefac, Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, a taxa média de juros cobradas pelas instituições financeiras para o uso do cheque especial na conta-corrente é de 11,76% ao mês e 279,70% ao ano. O prazo para ser utilizado com essas taxas é de até 30 dias.
A maior parte da população não percebe quando está usando o cheque especial, o que aumenta ainda mais o risco de inadimplência. Para não correr esse risco, o uso desse tipo de empréstimo deve ser uma exceção, somente em caso de extrema necessidade.
Quando o uso do cheque especial ultrapassa o limite dos 30 dias, as taxas de juros tendem a aumentar. Caso seja inevitável usá-lo dentro desse período, é indicado que o cliente recorra a um modelo de refinanciamento de dívidas, com a finalidade de unificar o valor em um boleto só, com taxas de juros mais acessíveis.
Cartão de crédito
O empréstimo por meio de cartão de crédito também possui altas taxas de juros, ficando em média 11,70% ao mês e 277,26% ao ano. Para utilizar o cartão de uma maneira saudável, é preciso focar em compras do dia-a-dia, de modo que possam ser pagas em um curto período de tempo. Não é necessário ser correntista em algum banco para ter acesso a ele.
O valor do limite do cartão de crédito é avaliado de acordo com o perfil financeiro do usuário, baseando-se em seu consumo. Deste modo, é preciso que o cliente se planeje financeiramente, analisando o consumo, para que o crédito não comprometa o orçamento.
Assim como o cheque especial e qualquer outra modalidade de linha de crédito, o uso do cartão de crédito não pode ultrapassar 30% da renda mensal do consumidor. Entretanto, o limite de uso é regulado pelo próprio consumidor, diferente do que acontece nos outros tipos de empréstimo
Se acontecer do cliente ficar endividado pelo uso inadequado do cartão de crédito, uma alternativa é refinanciar este valor com outros tipos de empréstimos que oferecem taxas de juros mais baratas. O mais importante é equilibrar as contas e as dívidas antes que se torne uma bola de neve.
Empréstimos com garantia
Diferente do que acontece no cheque especial e no cartão de crédito, é a modalidade que possui taxas de juros mais baixas, além de prazos maiores para quitar a dívida. Esse tipo de empréstimo pode ser vantajoso para refinanciar dívidas com juros altos ou comprar um imóvel.
O motivo das taxas de juros nessa linha de crédito serem menores se deve ao fato de que é colocado um bem como garantia no contrato de empréstimo, tornando menor o risco tanto para a instituição financeira como para o solicitante. Correndo o risco de perder o bem atrelado ao contrato, o cliente dificilmente vai deixar de pagar as parcelas. Assim, aqueles que usam esse tipo de empréstimo raramente acabam inadimplentes.
Os bens como garantia a serem aceitos são diversos, variando de instituição para instituição. Podem ser colocados como garantia, como o que acontece no empréstimo com garantia de imóvel um veículo. Contudo, é preciso que o bem esteja registrado no nome da pessoa que fará o empréstimo.
Empréstimos pessoais
Com taxas de juros medianas em relação aos outros tipos de empréstimos, segundo a Anefac, tomar o crédito pessoal em um banco faz com que as taxas fiquem em média 3,86% ao mês e 57,54% ao ano. Já em um outro tipo de instituição financeira, os valores variam de 6,90% ao mês e 122,71% ao ano. Devido a essas taxas, a dica é conhecer o histórico da empresa bancária que deseja tomar o empréstimo.
Caso o cliente decida fazer o empréstimo por meio de um banco, é preciso ter uma conta-corrente no mesmo. A empresa bancária irá se basear na movimentação de conta e na renda mensal do crediário para a liberação do crédito.
Essa modalidade de linha de crédito é recomendada para substituir dívidas com taxas de juros altas por uma única e mais barata, ou para realizar emergências mais caras como uma cirurgia.
Empréstimo consignado
Apesar das taxas de juros baixas, somente pessoas específicas têm acesso a essa modalidade de empréstimo, sendo elas aposentado ou pensionista do INSS, assalariado com carteira assinada ou funcionário do servidor público.
Essa restrição se deve ao fato de que o empréstimo consignado é aplicado diretamente da folha de pagamento ou do benefício. Assim, mesmo que o crediário não tenha a intenção de pagar uma parcela em um determinado mês, o pagamento será feito da mesma forma, pois o processo é automático.
Mesmo para quem está com o nome sujo, há a possibilidade de consegui-lo caso seja um trabalhador, já que o banco irá analisar o perfil do consumidor para ter a certeza de que todo mês uma parcela será paga, sem que isso comprometa o orçamento do crediário.
Financiamento
Enquanto os empréstimos podem ser utilizados de uma forma mais livre, sem justificativas e finalidades específicas, o financiamento deve ser usado da forma que foi colocado no contrato. Indicada para adquirir novos bens, é oferecida tanto por bancos, como instituições financeiras.
A taxa média de juros do mês de outubro para o financiamento, segundo a Anefac, varia entre 1,79% ao mês e 23,73% ao ano. Apesar disso, outros gastos serão incluídos como taxas para a prefeitura, IPVA do veículo, seguro, escritura do imóvel, IPTU do imóvel e outros. Para melhor organização dos gatos, é indicado separar o dinheiro dos gastos obrigatórios e financiar o resto.
Refinanciamento
Diferente do financiamento, é a modalidade de empréstimo em que ocorre a situação do cliente já ter contrato uma linha de crédito, mas precisa trocá-la por conta das altas taxas de juros. Esse empréstimo pode ser tanto um financiamento como um empréstimo comum.
Geralmente, é usado para trocar uma dívida cara por outra mais em conta, pois ocorre uma substituição dos juros na operação. Também pode ser vantajoso caso o crediário tenha feito um empréstimo com taxas pré-fixadas.
Devido às variações da Taxa Selic aplicada no empréstimo, é possível que, ao refinanciar uma dívida, os juros acabam ficando menores do que o acordado nessa nova contratação. Um exemplo é o caso de um empréstimo feito em 2013 e financiado agora, que a Taxa Selic está 6,5%.
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Fonte: Jornal Contábil
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