Allan Abranches, Head da 3HREE Comunicação e M2B Agência PME
Acredito que estamos vivendo uma nova revolução industrial, com mudanças para todos os lados, gerando medo e incertezas. Além disso, ver empresas gigantes e super tradicionais quebrando, perdendo espaço para o online, traz dúvidas sobre a direção que estamos caminhando. Devemos tirar um momento para entender o que está acontecendo e como podemos nos adequar ao novo mundo em que vivemos. Mais do que isso, ao mundo em que vamos viver daqui 5 ou 10 anos, já que, 80% das profissões do futuro ainda não existem. Estamos passando por um momento de transformação e aprendizado.
Se tivessem me dito, anos atrás, que existiria um profissional especializado em operar voos de drone, eu não teria ideia do que isso significaria. Não precisamos ir muito longe, a posição de um Gerente de Social Media não existia há 10 anos, pois não tínhamos essa demanda. Podemos falar ainda de muitas outras profissões como – por exemplo – Analista de Big Data, Criador de Conteúdo para Youtube e Instagram, Desenvolvedor de Aplicativos. Se todas essas profissões estão surgindo, quais serão extintas? É importante dizer que as pessoas vão precisar de habilidades como, criatividade, comunicação, empatia e persuasão. Isso porque o mercado de trabalho que vem por aí tende a ser cada vez mais automatizado, logo, relações humanas serão priorizadas.
Além disso, as novas gerações buscam trabalhos com propósito, e nada melhor do que estar em um lugar que a cultura pessoal e a profissional se encontram. Isso faz com que as pessoas trabalhem melhor, rendam mais e tenham mais motivação para se desenvolver, o que impacta toda a empresa. Assim, é possível construir algo em que realmente acreditamos e conseguimos elevar nossa carreira profissional. Missão, visão e valores são legais, mas nem sempre têm impacto real. Já visitei empresas e me deparei com esses três fundamentos logo na entrada e nem sempre eles condiziam com o DNA e o propósito da organização.
Para que as pessoas se sintam parte viva da empresa, é papel do líder olhar para a equipe, entender as dificuldades, indicar caminhos para a resolução dos problemas, dar feedbacks e estar aberto a recebê-los também. Inclusive, em diversos momentos ao longo dos anos, tive a oportunidade de conversar com colaboradores que expressaram suas opiniões e fizeram críticas extremamente construtivas para a empresa. Tudo isso, visando melhorar o ambiente de trabalho de diversas formas e entendendo o que funciona para o perfil de cada pessoa do time. Isso não significa que todos os dias você precisa estar ao lado dessas pessoas, mas você precisa estar trabalhando para elas.
Uma equipe motivada possui direcionamento, engajamento e feedback, afinal, as pessoas têm sede de aprendizado e quanto mais você puder ensinar, melhor. Mas para isso precisamos entender quem terá futuro na organização e quem busca outras realizações, é necessário entender se o propósito do colaborador está alinhado com o da empresa. O que a empresa quer entregar? O que ela tem como proposta? A partir disso, é possível ver quem se identifica ou não.
O fundamental é entender que – em cada cargo – existe uma pessoa com vida, problemas, altos e baixos. Tendo consciência disso fica tudo mais flexível e o ambiente se torna mais agradável. Talvez esse seja um dos diferenciais e uma grande força de algumas das maiores empresas em todo mundo, que tratam pessoas como pessoas.
Allan Abranches é formado em Administração pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), pós graduado em Gestão de Marketing pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e em Liderança em Design Thinking pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
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