Por Lorena Molter
Comunicação CFC
A palestra “A automatização de novas tecnologias de mercado aplicadas à perícia” abriu o segundo dia do Conexão Contábil Nacional. O evento conta com público de cerca de 800 pessoas e acontece no formato híbrido. O evento é realizado em Campina Grande/PB e também pode ser acompanhado pela plataforma Zoom, para inscritos, e pelo canal do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no YouTube para o público em geral. A iniciativa acontece nos dias 6 e 7 de junho.
O moderador do painel, o vice-presidente de Desenvolvimento Profissional, José Donizete Valentina, falou da inter-relação entre a Contabilidade e a tecnologia. “A profissão contábil já está diretamente ligada à tecnologia desde quando nós tivemos o surgimento da assinatura digital – por meio da certificação digital –, passamos pela nota fiscal eletrônica e chegamos ao Sistema Sped, que hoje eleva o Brasil à posição de um dos países com maior tecnologia arrecadatória do mundo. O que os Estados Unidos são para a tecnologia de guerra, nós somos para a tecnologia de arrecadação. No meio de toda essa tecnologia, quem atende a essas obrigações, quem utiliza da tecnologia é o profissional da contabilidade”, contextualizou.
O assunto foi abordado por profissionais especializados no assunto, o presidente da Federação Brasileira das Associações de Peritos, Árbitros, Mediadores e Conciliadores (Febrapam), Paschoal Rizzi Naddeo; o presidente da Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo (APEJESP), José Vanderlei Masson dos Santos; e a perita contábil e tributária, professora e administradora judicial, Sandra Maria Batista.
Naddeo iniciou a sua fala explicando as funções do perito e a finalidade das suas atividades. “Se fosse possível resumir o trabalho do perito contador em poucas palavras, seria de que a ele cabe aportar dados relevantes e não compreensíveis ou apuráveis por outro tipo de prova, ou seja, fazer a ponte entre a Ciência Contábil e a Ciência Jurídica, sempre lembrando que o juiz, apesar de toda a responsabilidade, que lhe é atribuída, não é uma autoridade universal com domínio da área contábil, necessitando a manifestação do perito sobre a matéria para que possa solucioná-la”, explicou.
O painelista falou que os peritos adotam maciçamente a tecnologia e a inteligência artificial nas suas rotinas de trabalho. O perito ainda destacou que é fundamental que os profissionais da contabilidade se adaptem a essa nova realidade. Naddeo ainda pontuou que as novas ferramentas aprimoraram e agilizaram as atividades dos peritos, por meio da identificação de padrões e de anomalias em um grande volume de dados contábeis.
Dando continuidade, Masson descreveu historicamente como eram realizadas as tarefas de perícia até a automatização. O profissional citou os avanços conquistados a partir da evolução tecnológica, como a possibilidade de não precisar ir ao fórum protocolar documentos, o acesso a bancos de dados, entre outros. O painelista ainda ressaltou os benefícios do desenvolvimento do Sistema Sped para o trabalho dos peritos contábeis. “Hoje, com base no Sped, pode-se puxar centenas de informações que são necessárias à perícia, para a conclusão do trabalho, e puxar dados que darão subsídios à resposta de quesitos e à conclusão do laudo pericial, na elaboração de planilha. Então, isso facilitou de uma grande forma o trabalho do perito contador, “afirmou.
Masson alertou, no entanto, que é necessário ter preocupação com a armazenagem de dados e, principalmente com o sigilo das informações, levando em consideração a Lei geral de proteção de Dados (LGPD).
Outro ponto apresentado pelo painelista foi a mudança nos custos do trabalho. “Com relação ao custo do processo, nós estamos tendo racionalização de custos com tarefas braçais, mas aumento de custo com investimento em tecnologia e em educação continuada”, esclareceu. Em seguida, o perito contábil também fez uma reflexão sobre o armazenamento dos dados digitais, ressaltando que o conteúdo precisa estar acessível mesmo com o passar dos anos, o que se torna um desafio já que novas tecnologias surgem a todo momento.
Sandra Batista falou que “o universo da perícia está cada vez mais conectado, interativo e em tempo real”. A perita ressaltou que, nesse novo contexto, muitas vezes, os profissionais da contabilidade se esquecem do destinatário dos produtos, que precisam ser inseridos nesse processo. A painelista também ressaltou que a ética deve ser a base das atividades e nortear todas as ações.
O Conexão Contábil é um espaço para a promoção da Educação Profissional Continuada, composto de uma série de eventos, realizados gratuitamente e no formato híbrido, com pontuação no Programa de Educação Profissional Continuada (PEPC) do CFC. A iniciativa é organizada pelo Sistema CFC/CRCs e voltada para discussões sobre o futuro e o desenvolvimento da Contabilidade.
Para assistir à palestra, clique aqui.
Fonte: CFC
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