O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, apresentou em junho a maior variação positiva da série histórica, 9,1 pontos, ao atingir 77,1 pontos. Apesar da melhora da confiança pelo segundo mês consecutivo, apenas recupera 43% das perdas ocorridas entre março e abril.

“A sondagem de junho mostrou um cenário menos desolador para a construção. A segunda alta consecutiva do indicador de expectativas confirma uma percepção mais favorável em relação aos próximos meses. Outro destaque positivo foi a inflexão do Indicador de Situação Atual. Vale notar que ainda é um quadro muito difícil: a insuficiência de demanda é a maior limitação à melhoria dos negócios em todos os segmentos do setor. Apesar da abertura das empresas e estandes de venda na maioria das cidades do país, a deterioração do quadro fiscal, do emprego e da renda não favorece a demanda. De todo modo, face às incertezas que ainda prevalecem, é cedo para estabelecer o início da recuperação da atividade,” avaliou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.

Neste mês, o avanço do ICST decorre da melhora da percepção dos empresários em relação à situação atual e do pessimismo em relação aos próximos meses. O Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 13,5 pontos para 83,2 pontos. Apesar de novamente apresentar a maior variação mensal da série histórica, o IE-CST ainda se encontra 21,0 pontos abaixo do valor observado em janeiro (104,2 pontos). Os indicadores de demanda prevista e tendência dos negócios apresentaram alta semelhante (13,5 pontos e 13,6 pontos, respectivamente), e permanecem em nível parecido: 83,1 pontos e 83,5 pontos.

Por sua vez, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) aumentou 4,7 pontos, para 71,5 pontos, após três meses de quedas consecutivas mas ainda insuficiente para recuperar as perdas ocorridas pela pandemia. Nesse mês, a alta de 6,2 pontos do indicador de situação atual dos negócios, para 71,0 pontos, foi a que mais contribuiu para o resultado do ISA-CST, ainda que o patamar continue baixo em termos históricos. O indicador de carteira de contratos apresentou recuperação de 2,9 pontos, para 72,1 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor subiu 6,3 pontos percentuais (p.p.), para 68,0%. A maior contribuição veio do NUCI de Mão de Obra, que avançou 6,6 p.p., para 69,4%. Já o NUCI de Máquinas e Equipamentos variou 4,6 p.p., para 61,4 pontos.

Atividade

O Índice de Nível de Atividades da construção refletiu o impacto da COVID-19 no setor. Nos meses de abril e maio, a queda do indicador (com ajuste sazonal) somou 28,1 pontos recuperando apenas 3,4 pontos em junho. Apesar da mudança da tendência, a atividade ainda se mantem distante do patamar alcançado no ano passado, o que pode ser observado em todos os segmentos setoriais. A construção foi considerada atividade essencial, ainda assim obras foram paralisadas ou tiveram que reduzir o ritmo de andamento. “O quadro começa a melhorar, mas ainda muito lentamente,” observou Ana Castelo.

Por Portal IBRE FGV

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Fonte: Contabilidade na TV
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