O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas cresceu 12,2 pontos em julho, alcançado 89,8 pontos, a segunda maior variação positiva da série histórica. Após quatro meses em queda, o índice volta a apresentar crescimento em médias móveis trimestrais, de 65,7 pontos para 76,3 pontos.
“Em julho, a confiança da indústria de transformação segue avançando impulsionada pela diminuição do pessimismo para os próximos três meses. Porém, os indicadores que medem a situação atual mostram que o grau de insatisfação com o momento presente permanece elevado. Nesse mês, chama a atenção a recuperação dos indicadores de produção prevista e emprego previsto sugerindo novamente que, na opinião dos empresários, o terceiro trimestre tende a ser melhor do que o anterior. Contudo, o baixo patamar do indicador de tendência dos negócios reflete cautela em relação à velocidade e consistência da recuperação dada incerteza ainda muito elevada”, comenta Renata de Mello Franco, economista da FGV-IBRE.
Em julho, 18 dos 19 segmentos industriais pesquisados tiveram aumento da confiança. O resultado decorre de melhor avaliação dos empresários em relação ao momento presente e, principalmente, diminuição do pessimismo para os próximos três e seis meses. O Índice de Expectativas subiu 14,3 pontos, para 90,5 pontos enquanto o Índice de Situação Atual cresceu 9,9 pontos, para 89,1 pontos, ambos ainda se mantêm em nível abaixo de março. Nos últimos três meses, o IE recuperou aproximadamente 78% das perdas observadas em março e abril, enquanto o ISA apenas 65%.
Entre os indicadores que compõem o IE, produção prevista e emprego previsto variaram 16,1 pontos e 16,5 pontos respectivamente, para 99,0 pontos e 93,0 pontos, recuperando grande parte da perda observada em março e abril (99% e 81%). Em compensação, o indicador que mede o otimismo dos empresários com a evolução do ambiente de negócios nos seis meses seguintes avançou 9,6 pontos, para 80,1 pontos, e recuperou apenas 46% das perdas no mesmo período.
Em relação ao momento presente, todos os indicadores apresentaram comportamento favorável. A melhora da percepção sobre a demanda foi o principal fator a contribuir para a evolução do ISA. A parcela de empresas que avaliam o nível de demanda como forte aumentou de 14,2% para 15,0% do total, enquanto a parcela das que a consideram fraca caiu de 49,4% para 33,0% do total, levando a uma alta de 11,8 pontos do indicador, para 91,0 pontos. O nível dos estoques subiu 8,8 pontos, de 81,4 pontos para 90,2 pontos, e o de situação atual dos negócios cresceu 8,0 pontos, de 79,0 pontos para 87,0 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade instalada teve acréscimo de 5,7 pontos percentuais, de 66,6% para 72,3%. Com esse resultado, o NUCI encontra-se apenas 3,9 p.p. menor do que fevereiro (76,2%), mas ainda 7,5 p.p. abaixo da média de janeiro/2001 a março/2020 (79,8%).
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Fonte: Contabilidade na TV
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