Transações fraudulentas aumentaram em 92% no período de um ano, especialista aponta os motivos
Um levantamento realizado pela AP Safe (empresa de segurança digital) mostrou que nos cinco primeiros meses de 2022, o Brasil teve mais de 3 milhões de golpes financeiros na internet, uma média de 930 tentativas por hora, ou, 22.500 por dia. Ainda, uma estimativa realizada pela NICE Actimize, mostra que de 2021 para 2022, as transações fraudulentas aumentaram em 92% e os valores de tentativa de fraude em 146%.
A primeira tendência é relacionada aos influenciadores digitais. Eles compartilham em suas redes sociais dados sobre os respectivos cartões de crédito, para que as pessoas gastem o quanto quiserem, ou, enquanto tiver crédito. Mas, uma vez que esses dados são divulgados, os seguidores começam a usar em pedidos fraudulentos. A pretensão dessa atitude é gerar repercussão e aumentar a quantidade de acessos em seus perfis ou plataformas.
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De acordo com Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor de marketing da Multimarcas Consórcios, o usuário jamais deve utilizar dados de outra pessoa para realizar compras: “Comprar qualquer produto no cartão de uma pessoa desconhecida não é aceitável, isso não deve acontecer de maneira alguma”, afirma. O diretor ainda comenta que apesar de parecer tentador gastar um dinheiro que não é seu, isso é um tipo de fraude e quem utiliza as redes sociais, não deve contribuir para esse tipo de atitude de um ‘influenciador’.
O segundo tipo está ligada à inflação no país. Segundo as pesquisas da CyberSource, os custos da inflação levam o consumidor a sites não confiáveis. O usuário é atraído por promoções e preços baixos, mas a plataforma pode não entregar o produto e gerar uma fraude. Além disso, o setor econômico do país é responsável pelo aumento do número de sites fraudulentos.
Outra fraude que deve-se dar uma atenção é à prática de phishing, ou isca, na qual os golpistas enviam e-mails com mensagens chamativas de grande promessas ou promoções imperdíveis, para atrair o consumidor com o intuito de obter ilegalmente informações como número da identidade, senhas bancárias, dados do cartão de crédito, entre outras informações sigilosas do usuário.
Para Lamounier, a maior arma contra esses dois tipos de golpe é a desconfiança e as pesquisas: “É muito importante desconfiar de propostas que prometem mudar a sua vida a curto prazo ou por um preço baixo, sempre pesquisar a fundo as lojas em que vai efetuar uma compra, para se certificar de que ela realmente existe, se tem CNPJ. Busque avaliações de pessoas que já adquiriram o produto”, sugere.
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Há também a prática em que criminosos se passam por agências de viagens: eles captam os dados do consumidor, usam para benefício próprio, enquanto o consumidor não viaja e ainda lida com o prejuízo financeiro. Esse tipo de fraude é muito comum no Brasil e em casos de âmbito nacional, uma empresa pode pagar mais de R$ 12 milhões para o Procon por clientes lesados.
Segundo o diretor de marketing, esse dano é mais do que financeiro: “Esse tipo de fraude afeta não só o bolso, mas a expectativa de um cliente que aguardava aquela viagem, com a família e os amigos”, comenta. “Mas o que se pode fazer para prevenir esses casos é escolher uma empresa renomada e de confiança, mesmo que vá pagar um pouco mais. Muitas vezes a gente tenta pagar mais barato e pode existir um golpe por trás do valor instigante”, afirma.
A quinta tendência apontada pela CyberSource é a fraude utilizando Inteligência Artificial (IA). A IA é um recurso extremamente utilizado por empresas e usuários atualmente, com uma previsão, segundo a consultoria FrontierView, de contribuir para um crescimento de 4,2% do PIB brasileiro até 2030. Porém, ela também pode ser de extrema eficiência para os golpistas: pode acelerar o vazamento de dados, ser usada para gerar script, pegar informações da dark web, criar imagens de pessoas que não existem, entre outros, para conseguir coletar informações dos consumidores.
No último apontamento feito pela provedora de serviços, o uso da inteligência artificial também está presente, mas, dessa vez, com a realidade virtual. A realidade virtual é um recurso ainda novo e possui plataformas descentralizadas, o que contribui para links de procedência duvidosa. As deepfakes, ou seja, as imagens, áudios e vídeos forjados podem simular pessoas reais e comprometer informações pessoais.
“A questão é que existem várias formas de aplicar um golpe e todos estamos sujeitos a sermos vítimas. Porém, tendo cautela e desconfiança, conseguimos evitar muitos desastres. Acompanhar sempre os seus extratos bancários, desconfiar de resultados prometidos a curto prazo, evitar clicar em links suspeitos, não tomar decisões à base do impulso e das emoções e sempre conferir antes de transferir qualquer dinheiro. Ações simples, mas que podem nos salvar de um tremendo prejuízo financeiro”, finaliza Lamounier.
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Fonte: Jornal Contábil
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