Por Lorena Molter
Comunicação CFC/Apex
Todos os anos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza pesquisas com cerca de 270 mil empresas. A finalidade dessa coleta de informações é, justamente, levantar dados que permitam a descrição e a análise das características das áreas empresarial, industrial, assim como da construção civil, do comércio e dos serviços brasileiros. As respostas servem para traçar um diagnóstico do mercado, entender o desempenho das diferentes áreas produtivas e verificar a participação dessas atividades no Produto Interno Bruto (PIB).
O Programa Anual das Pesquisas Estruturais por Empresa do IBGE, como é chamada a iniciativa, é composto pela avaliação de quatro atividades: Pesquisa Industrial Anual – Empresa (PIA-Empresa), Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), Pesquisa Anual de Comércio (PAC) e Pesquisa Anual de Serviços (PAS).
A participação dos profissionais da contabilidade
As empresas que são selecionadas devem preencher o questionário em que se enquadra o seu trabalho. Entre as informações solicitadas, estão dados cadastrais, número de pessoas ocupadas, Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), imobilizado, estoques e dados regionalizados. Em função das características das perguntas, os profissionais da contabilidade são, normalmente, os responsáveis por responder ao formulário.
Embora reconheçam a importância dessas pesquisas, os contadores e as empresas questionam o seu formato de preenchimento, que é manual. Isso porque já estão habituados com o formato da transmissão de informações ao Fisco. Do modo como os dados são enviados hoje, os contadores gastam horas para cumprir a tarefa; o que é prejudicial já que os profissionais, naturalmente, possuem uma agenda apertada. Esse modo de preenchimento também é mais suscetível a erros de digitação, o que impacta negativamente a iniciativa.
Atuação do CFC e do IBGE para melhorar o processo
Pensando nessas dificuldades, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) vem trabalhando há dois anos com o IBGE na busca de meios mais ágeis para o fornecimento desses dados. Nesse período, o Conselho participou de reuniões com o Instituto e reportou as dificuldades da classe e dos empresários com as pesquisas.
O resultado é o Projeto Preenche Rápido: CFC e IBGE facilitando a vida dos profissionais de contabilidade e das empresas informantes. A iniciativa trata-se de layouts de importação desenvolvidos pela Diretoria de Informática do IBGE. Essas novas ferramentas possibilitarão a importação dos sistemas contábeis/gerenciais para as pesquisas do IBGE, por meio de um arquivo no formato csv.
A vice-presidente de Registro do CFC, na gestão 2020/2021, contadora Lucélia Lecheta, que trabalhou intensamente nessa iniciativa, explicou o impacto da ferramenta no trabalho dos contadores. “Realizamos reuniões e buscamos uma solução que beneficiasse toda a classe e os empresários. Essa nova forma de envio das pesquisas favorece os profissionais da contabilidade, que cumprirão a atividades em menos tempo. Contudo, esse tipo de melhoria, em nossos processos de gestão, traz impactos positivos mais amplos, já que, ao aperfeiçoar esses processos, o dia a dia das empresas contábeis fica mais ágil, o que contribuiu para o aumento da competitividade e, em consequência, para o desenvolvimento sustentável do país”, afirmou.
A conselheira do CFC e empresária contábil, Angela Dantas, apontou outro benefício dessa ferramenta. “O principal ganho é a celeridade na produção da informação, já que muitos dados estão armazenados nos sistemas contábeis utilizados pelo profissional e poderão ser migrados de forma on-line para o formulário digital, evitando retrabalho e possíveis erros”, explicou.
Cada um dos questionários possui layouts e manuais de importação específicos. O CFC e o IBGE estão anunciando a funcionalidade para as empresas de softwares contábeis de todo o país, com o objetivo de divulgar o projeto e facilitar o dia a dia de profissionais.
Fonte: CFC.org.br
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