Muito se fala do espírito empreendedor brasileiro. E realmente é realidade, porque hoje o país ocupa uma das primeiras posições no índice de empreendedorismo inicial entre mais de 50 países do mundo.
Mas qual o perfil desse empreendedor? Quais as suas características, as suas dores e principalmente, o que faz com que esta força se faça presente tanto em tempos de dificuldade quanto em tempos de prosperidade.
Este artigo tem como principal objetivo trazer a luz sobre estas questões e entender porque cada vez mais brasileiros estão abrindo seus negócios próprios e criando um ecossistema virtuoso de sucesso e realizações.
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O que é ser empreendedor?
Existem muitas definições de empreendedor, mas ficamos com aquela que para nós mais se aproxima da realidade brasileira e é utilizada pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
“Ser empreendedor significa ser um realizador, que produz novas ideias através da congruência entre criatividade e imaginação”
Existem muitos motivos que levam uma pessoa a empreender e vamos falar mais disso em seguida, mas sem dúvida o que se destaca, é o desejo de ter um negócio próprio a partir de uma ideia, de um sonho. Muitos brasileiros empreendem por necessidade, mas não se surpreenda se falarmos que muitos se descobrem verdadeiros empreendedores justamente na necessidade.
Ganhar dinheiro através de um trabalho que você domina, tem controle e despende a energia que acredita necessária, é um dos aspectos que alimentam o espírito de liberdade, inerente ao empreendedorismo.
Qual o perfil do empreendedor brasileiro?
Em uma pesquisa (2019), o SEBRAE elencou algumas características que definem o empreendedor brasileiro. Em linhas gerais ele tem de 18 a 30 anos, é movido por um sonho mas precisa ganhar dinheiro, ou seja, não tem a vida feita.
O brasileiro que empreende é oriundo de áreas que possibilitam ser profissional liberal (Pessoa Jurídica ou Autônomo) e quer iniciar um pequeno negócio, sozinho ou com pessoas próximas. Normalmente tem algum capital próprio – economias – ou conhece formas de captação. É um profissional que não abre mão do conhecimento amplo, ou seja, amplia seus horizontes porque sabe que não dá para entender apenas do seu negócio.
Ter um emprego para o empreendedor brasileiro é importante, mas ter um trabalho é fundamental. Sabe que as dificuldades são muitas, com burocracia, falta de incentivo, parcas formas de acesso ao crédito e mercado ainda incipiente, mas acredita que com trabalho a realização acontece. Não tem a expectativa de ficar rico ou ter o primeiro milhão em pouco tempo. É um perfil totalmente é no chão na relação “sonho x realidade”
Uma característica importante do empreendedor brasileiro é a noção de espaço. É curioso por outras áreas e busca conhecimento, mas investe fortemente no seu negócio, não se furtando a busca de suporte especializado nas atividades em que não possui expertise.
A família também é outro ponto importante. Muitos que empreendem vem de família empreendedora ou tem apoio familiar para começar.
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O empreendedor até 24 anos
No recorte até 24 anos, ou seja, empreendedores que ainda estão na universidade ou são recém formados, nada menos que 80% já haviam cogitado ter um negócio próprio antes dos 18 anos. Destes, cerca de 33% realizaram algum tipo de capacitação específica para empreender e continuaram se capacitando ao longo da sua – ainda curta – jornada.
Como é um público bem específico, normalmente oriundo da academia, não é uma surpresa que entenda que o conhecimento – formal e informal – são decisivos para o sucesso nos negócios. Muitos se aproximam de incubadoras empresariais e investidores anjos, apresentando projetos que merecem ser vistos.
Como falamos no início, o Brasil é pródigo em empreendedores jovens, possuindo a 4a maior taxa de empreendedorismo inicial (entre 53 países) para negócios de até 3,5 anos de existência.
As razões para empreender no Brasil
A CONAJE (Confederação nacional dos jovens empresários) entre os anos de 2018 e 2019 realizou uma ampla pesquisa com cerca de 6000 jovens empresários entre 18 e 39 anos e elencou alguns dados importantes para a busca do perfil do empreendedor brasileiro.
Um fato que se destaca é que cerca de 70% do público diz ter ensino superior ou pós graduação. A maioria tomou a decisão de empreender motivado pelo sonho de ter um negócio próprio (25%) e identificação de uma oportunidade de negócio (25%). Cerca de 18% empreenderam para ter mais independência.
Por outro lado, 12% dizem que viam oportunidade em continuar o negócio da família, 11% queriam mais flexibilidade de horários e apenas 9% identificaram como motivo a necessidade de uma fonte de renda.
Quanto ao apoio para empreender, 27% procurou o SEBRAE, tradicional suporte aos novos negócios. Porém 23% não procurou apoio nenhum, o que representa que um quarto dos novos empreendedores ainda acreditam muito na intuição, o que pode ser um caminho não tão recomendado. Neste caso é importante levantar a bandeira de alerta porque 23% buscaram apoio da internet para iniciar seu negócio. Mesmo que a rede hoje seja uma fonte importante e confiável, ficar apenas com informação tácita pode também ser perigoso para um novo negócio. Entre os que não buscam nenhum suporte e os que confiaram na internet apenas, chegamos ao percentual de 50% dos entrevistados. Apenas 10% procuram apoio na universidade através de incubadoras e da própria instituição.
Quase uma unanimidade, as questões relativas à contabilidade e finanças (30%), gestão de pessoas (27%) e trâmites de abertura e planejamento (25%) são as principais dores internas de quem já abriu o negócio.
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Quais os principais entraves externos na opinião do empreendedor brasileiro?
Segundo a pesquisa da CONAJE, os empreendedores entendem que os principais problemas para empreender no Brasil estão relacionados a carga tributária elevada (48%) e burocracia (30%). A concorrência da informalidade também prejudica muito os novos negócios (22%), bem como a legislação complexa (20%) e muitas vezes incompreensível para quem não tem conhecimento do tema. Outros pontos que aparecem na pesquisa como dificultadores são a falta de acesso ao crédito (20%), falta de um ecossistema empreendedor (17%) e logística (8%).
Quais as principais competências necessárias ao empreendedor brasileiro?
Algumas competências são inerentes ao empreendedor brasileiro e são importantes para compor o seu perfil. São elas:
- Gostar de desafios
- Ser resiliente, não desistir
- Não ter medo de assumir riscos
- Ser criativo, visionário e criador de soluções
- Alto senso de oportunidade
- Responsabilidade em todas as situações
Por Vitor Torres, Administrador de Empresas, Empreendedor Endeavor, CEO e fundador da Contabilizei, o primeiro e maior escritório de contabilidade online do país.
Original de Contabilizei
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Fonte: Jornal Contábil
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