A obesidade é atualmente um dos maiores problemas crônicos da humanidade. O número de pessoas obesas vem crescendo substancialmente no mundo.
No Brasil, cerca de 20 milhões de pessoas são obesas. Obesidade, para que fique claro, é quando o seu Índice de Massa Corporal (IMC) está maior ou igual a 30 kg/m2. Só lembrando, que a fórmula para obter o IMC é pegar o seu peso em kg e dividir pela sua altura em metros e pegar o resultado e divide pela altura de novo (IMC = peso/altura2).
Vale lembrar que a obesidade é uma doença que pode aumentar e muito o risco de outras patologias. Pode causar apneia do sono, aumento do risco cardiovascular, diabetes, hipertensão arterial, problemas osteoarticulares, por exemplo. Alimentação inadequada e comer em grande quantidade estão entre os principais causadores da obesidade.
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Liberação de novo medicamento
Dentro desse assunto, o cardiologista e especialista em marca-passo Dr. Roberto Yano comentou a recente liberação da Anvisa, sobre novo medicamento “Wegovy” (semaglutida 2,4mg), que possui o mesmo princípio ativo do já conhecido Ozempic, na última segunda-feira. A diferença, conforme a decisão, é que agora esse novo medicamento é específico para o tratamento da obesidade. Mas ele oferece riscos se não for bem prescrito, e por isso é bom sempre reforçar: a semaglutida nunca deve ser usada sem receita médica.
“Esse medicamento é capaz de promover uma redução de até 17% do peso corporal nos pacientes. Ou seja, uma pessoa de 100 kg pode ficar com 83 kg. Claro que isso é uma média de quem faz o tratamento correto. A Semaglutida atua de várias maneiras: reduz a glicose do sangue, estimula a secreção de insulina, reduz a secreção do glucagon (…) Ocorre também a sensação que ele está mais cheio após as refeições, reduzindo assim o peso corporal e a gordura no corpo”, iniciou.
“A pessoa que faz o uso da semaglutida acaba perdendo a preferência de comer alimentos mais calóricos, mais gordurosos. Pode ocorrer também um efeito favorável nos vasos sanguíneos atenuando o desenvolvimento de placas ateroscleróticas”, completou.
Segundo Yano, a Semaglutida é uma substância semelhante ao hormônio GLP-1, que temos no intestino, então toda vez que uma pessoa se alimenta, ele sinaliza para o cérebro que está na hora de diminuir a fome. Ocorre também um retardo no esvaziamento do estômago e um aumento da produção da insulina promovendo o emagrecimento.
“Então, o principal efeito desse medicamento é diminuir o apetite e dar a sensação de saciedade”, concluiu Yano.
Porém, o médico também esclareceu que há sim efeitos colaterais. Ela pode causar efeitos tão ruins que a pessoa pode ter que suspender a medicação precocemente. “Os efeitos mais comuns são hipoglicemia, principalmente se a pessoa já usa algum medicamento para diabetes, pode dar náusea, diarreia (…) Além disso, pode dar tontura, fadiga, dor abdominal e extensão abdominal. Ainda assim tem a questão do preço. Para você ter uma ideia, nos Estados Unidos, onde a semaglutida já é vendida, o tratamento custa cerca de R$ 7 mil por mês. No Brasil ainda não temos estimativa de qual vai ser o valor. E só para esclarecer um pouco mais, esse remédio é injetável e aplicado uma vez por semana”, disse.
“A aplicação semanal, pode ser feita no abdome, coxa, no braço e para que a pessoa tenha menos efeitos colaterais essa dose geralmente começa com 0,25 mg e é aumentada gradualmente. Lembre-se de sempre procurar um médico antes de tomar qualquer medicamento. Ressalto que esta medicação é indicada somente para obesidade, ou seja, para quem tem o IMC maior ou igual a 30 kg/m2. Poderá em casos específicos também ser prescrito para pacientes com IMC maior ou igual a 27 kg/m2, para portadores de pré-diabetes ou diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono ou paciente com doença cardiovascular.”
Dr. Roberto Yano é médico cardiologista e especialista em Estimulação Cardíaca Artificial pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e AMB. Atualmente suas redes sociais, que traz a #amigosdocoracao, contam com um número expressivo de seguidores. São mais de 2 milhões engajados e distribuídos nos canais do Facebook, Youtube e Instagram.
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Fonte: Jornal Contábil
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