Foto: Divulgação Connection Terroirs.

Cinquenta e duas das 134 indicações geográficas (IG) do Brasil estiveram representadas na 3ª edição do Connection Terroirs, em Gramado, no período de 28 a 31 de maio. As cerca de 1,8 mil pessoas que passaram pelo evento por dia puderam conferir produtos típicos e tradicionais de todas as regiões do país. Durante esta edição, foram comercializados quase R$ 300 mil em vendas para o consumidor (B2C) e para outros parceiros comerciais (B2B).

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A Cerâmica de Alegria, do município de Ipú, no Ceará, cuja indicação foi conquistada em abril de 2025, esteve no evento pela primeira vez. O artesão Samuel Sousa nunca tinha saído do Ceará e foi para Gramado representando a associação de artesãos que reúne cerca de 15 famílias. “Essa experiência não vai sair nunca da minha cabeça. Aqui foi tudo perfeito. Vendi bastante. Vou voltar com a cabeça cheia de história boa. Muita inovação que vi por aqui. A gente vai conversando com outros representantes de IG e vão aparecendo ideias mais legais”, comemorou Samuel Sousa, presidente da Associação dos Artesãos da Alegria.

Além dele, produtos de outras 17 indicações geográficas estiveram presentes no evento pela primeira vez, como as Panelas de Barro da Raposa Serra do Sol (RR), a Cachaça de Luiz Alves (SC), oo vinho de Sul de Minas e a Erva Mate de Machadinho (RS).

Os empresários tiveram oportunidade de participar de uma rodada de negócios com 42 compradores em potencial. Foram mais de 90 encontros. Há possibilidade de fechar negócios já no local e negociações que se concretizam em momentos posteriores. A estimativa da Rossi Zorzanello, organizadora do evento, é que os negócios ultrapassem a ordem de R$ 100 mil no curto prazo.

“Mais do que os negócios, momentos como esses trazem trocas entre os empresários, que passam a se apoiar como uma grande rede. Para além das vendas diretas, o fato de mostrar os produtos e sua história faz com que a fama do produto de determinada localidade chegue mais longe”, reconheceu Maíra Santana, gestora de Inovação e Indicações Geográficas do Sebrae Nacional.

Fortalecimento em rede

Gestores nacionais e estaduais das áreas de Inovação e Acesso a Mercados se reuniram para debater potencialidades da Indicação Geográfica para o fortalecimento dos territórios. Divulgação Connection Terroirs.

Pela primeira vez, gestores do Sebrae das áreas de Inovação e Mercado se reuniram para abordar as indicações geográfica, seus produtos e a melhoria no acesso a oportunidades de negócios. Gestores e consultores, representantes de 15 estados estiveram presentes no evento.

Eles debateram o cenário atual das indicações geográficas, o potencial de crescimento, o papel de cada uma das instituições envolvidas no processo de reconhecimento. “O Sebrae trabalha o empreendedorismo, o produto, o processo produtivo. Ajuda a adequação dos padrões para obedecer instruções normativas que o INPI desenvolveu. Já o Ministério da Agricultura atua como fiscalizador. Quando a gente fala de um alimento, especialmente de origem animal, o Ministério da Agricultura (Mapa) está ali para dar o norte, para assegurar padrões de processamento e garantir a saudabilidade”, explicou Mabel Guimarães, gestora do Sebrae Paraná que atua na área de IGs desde 2012.

Com 18 produtos reconhecidos por sua fama ou origem, o Paraná é o segundo maior estado com indicações geográficas no Brasil, ficando atrás apenas de Minas Gerais, que atualmente possui 21 certificações.

Mapa de indicações geográficas de 31 de maio. A cada terça-feira, o quadro pode mudar: é quando o INPI anuncia o registro de novas IG’s .

Em maio, o Paraná teve dois produtos reconhecidos: a Carne de Onça de Curitiba e o Urucum de Paranacity. Atualmente, o estado tem 12 pedidos depositados junto ao INPI para o reconhecimento de produtos do estado. No Brasil todo, 43 pedidos das cinco regiões brasileiras estão em análise junto ao INPI.

Atualmente, 64 IGs estão no processo de estruturação com o apoio do Sebrae. Até o fim de maio, foram realizados 95 diagnósticos de potenciais IGs.

Apenas duas UFs – Distrito Federal e Maranhão – ainda não possuem indicações geográficas. Mas ambos estão contemplados no trabalho realizado pelo Sebrae. O “Morango de Brazlândia” já passou pela fase do diagnóstico. No Maranhão, o “Artesanato da fibra do buriti”, a “Cerâmica de Rosário”, a “Tiquira do Maranhão” e o “Abacaxi de Turiaçu” também estão na fase de estruturação.

Maíra Santana estima que em aproximadamente 85% das IGs brasileiras há o apoio do Sebrae.

Podemos dizer que somos o grande responsável por essa evolução. Construímos uma metodologia de diagnóstico e estruturação, mobilizando produtores e desmistificando o processo junto ao INPI.

Maíra Santana, gestora de Inovação e Indicações Geográficas do Sebrae Nacional.

Conheça as frentes de atuação do Sebrae no cenário das IGs:

Diagnóstico e Identificação de Potencial: o Sebrae desenvolveu uma metodologia de diagnóstico rápido e acessível. Essa etapa inicial permite identificar territórios com reconhecimento cultural e histórico, produtos com características únicas e, fundamentalmente, o interesse dos produtores em aderir a um processo de IG.

Apoio na Estruturação: após a identificação do potencial, o Sebrae conduz um trabalho de estruturação que pode durar de um ano a um ano e meio.

Essa última fase inclui:

  • Mobilização e Governança: organização dos produtores e construção de uma governança coletiva para a IG.
  • Definição de Padrões: elaboração do caderno de especificações técnicas, detalhando o processo de produção, padrões de qualidade e o funcionamento do conselho regulador.
  • Apoio Documental: auxílio na produção de toda a documentação obrigatória para o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), como a delimitação geográfica do território, laudos de fama e estudos técnicos que comprovem as características únicas do produto ligadas ao meio geográfico.
  • Parceria com o INPI: o Sebrae atua em estreita colaboração com o INPI, buscando facilitar os processos e aprimorar os normativos para os pequenos negócios.

Fonte: SEBRAE
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