Antes de iniciarmos esse artigo, queremos abordar um assunto que muitas pessoas ainda não sabem: se você está empregado no modelo de contratação por Pessoa Jurídica (PJ), você não é colaborador, mas empreendedor. E se você admite pessoas nessa modalidade, você está contratando empreendedores e não colaboradores. Ter conhecimento dessa informação é importante e mudará a sua mentalidade financeira.
Nos últimos anos, a contratação PJ tem crescido no mercado de trabalho, principalmente nas empresas, devido à reforma trabalhista. Ser Pessoa Jurídica tem várias vantagens, por exemplo, receber o salário integral sem os descontos que a contratação CLT aplica, realizar uma contratação mais rápida, entre outros. Há também desvantagens, como a não contribuição com o INSS, o FGTS, direitos trabalhistas, entre outras.
E por que há um aumento de contratação empresarial PJ? Você já parou para pensar sobre isso? Na prática, a contratação nesta modalidade reduz muitos custos empresariais. Ao mesmo tempo, retira muitos dos seus direitos trabalhistas estabelecidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). E esse processo de retirada de direitos já vem se desenvolvendo no Brasil há bastante tempo, o que deixa as pessoas ainda mais vulneráveis e propensas a riscos, como o descontrole financeiro e o endividamento. Por exemplo, um trabalhador que está acostumado ao regime CLT pode sentir mais liberdade na contratação Pessoa Jurídica ao receber o seu salário total, porém ele precisa entender que essa liberdade traz mais responsabilidades financeiras, como reservar dinheiro para a aposentadoria ou contribuir individualmente.
E aqui está um ponto importante: a partir do momento em que se é PJ, a pessoa é empreendedora, mesmo trabalhando em uma empresa com modelo de trabalho com as mesmas exigências internas de uma contratação CLT. Contudo, a maioria das pessoas ainda não sabem disso e continuam se organizando financeiramente como uma Pessoa Física (PF). Entretanto, ser empreendedora exige uma estruturação maior das despesas mensais e futuras, além de ser também responsável por se planejar para imprevistos, emergências, saúde, alimentação, lazer, moradia, entre outros gastos mensais. Esse é um conhecimento adquirido com educação financeira para uma mudança de mentalidade, em um momento de crescimento de contratação por Pessoa Jurídica, se disfarçando, na maioria das vezes, de CLT, e levando as pessoas a acreditarem que estão nesse modelo de contratação.
Dessa forma, para evitar viver em momentos de prosperidade rápidos e entrar em períodos de escassez prolongada, é preciso aprender a administrar o dinheiro recebido no presente, tendo um equilíbrio entre despesas e investimentos, em prol da sua saúde financeira. Esse processo precisa ser administrado avaliando o cenário como pessoa empreendedora, conforme a sua realidade. Mas sempre lembrando que ao empreender, você é dona do próprio negócio, do seu próprio nome, e é preciso se organizar, gerir recursos para uma reserva de emergência com um valor maior, aprender mais sobre educação empreendedora, os seus direitos e riscos para uma carreira empreendedora próspera.
Por Fernanda Ribeiro e Sérgio All são fundadores e CCO e CEO, respectivamente, da Conta Black
Sérgio All: é fundador e CEO da Conta Black, hub de serviços financeiros e de consumo, alocado em uma conta digital que tem o objetivo de ampliar o acesso à serviços financeiros a todas as pessoas sem burocracia e educação financeira, por meio de ferramentas simples, para que o crédito não se torne um inimigo.
Fernanda Ribeiro – Presidente da Associação AfroBUsiness, co-fundadora e CCO da Conta Black.
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Fonte: Jornal Contábil
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