O número de empreendedoras, no Espírito Santo, segue aumentando. Subiu em quase 8 mil o número de mulheres que começaram a empreender em 2022, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), realizada pelo Instituto Estadual de Geografia e Estática (IBGE).

Enquanto no primeiro trimestre de 2022 esse número era de 198.144 empresárias (32,5%) no Espírito Santo. No segundo trimestre, conforme a última PNAD-C, elas já são 33,5% do empresariado capixaba, totalizando 206.069 mulheres.

E a maioria delas atua no setor do comércio, com uma em cada quatro empresárias seguindo por esse caminho. É o caso, por exemplo, de Claudia Alves, proprietária da Empório B Boutique & Brechó, e que trabalha com moda sustentável há mais de cinco anos. A empresa surgiu logo após Claudia retornar para o Brasil, com os dois filhos.

Cresce número de mulheres empreendendo no ES, em 2022

“Ali eu precisava recomeçar a minha vida. E a única coisa que eu tinha eram as minhas roupas. Contei com a ajuda de minha mãe, que abriu a casa e permitiu que eu vendesse o que tinha. Deu tão certo que não parei mais”, relata a empresária, que recentemente venceu a etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios (PSMN), na categoria Pequeno Negócio, e agora vai representar o Espírito Santo na etapa regional.

Foi durante a visita que fez à Feira do Empreendedor, realizada em julho deste ano, que a empresária Claudia Alves iniciou sua aproximação com o Sebrae/ES. Ela participou das atividades no Espaço Sebrae Delas, que ofereceu mais de 40 horas de capacitação com palestras, painéis e talk-shows para fortalecer e fomentar o empreendedorismo feminino e o protagonismo da mulher à frente dos negócios. Ali ela gravou o vídeo de participação para o PSMN, onde contou sua história.

O começo

A partir de 2018 Claudia abriu a loja, que fica em Jardim Camburi, em Vitória, e passou a ampliar a clientela. “Foi todo um processo. Até a maior árvore do mundo começou com uma semente, e assim também é a nossa trajetória. Comecei em casa, depois numa sala emprestada de uma amiga, para depois conseguir um espaço físico na rua”, explica Alves.

E para cada passo dado, mais aprendizados. Ela, que sempre buscou ajuda e nunca para de se atualizar, por meio de consultorias e mentorias foi aprendendo, também, a expandir o negócio para o espaço virtual. “Eu só fui começar a trabalhar com o online na pandemia, até porque sou mais de gente do que de rede social. Só que não tinha como ser de outra forma, então fui estudar, me informar, aprender a como trabalhar dessa forma”, relata.

Cresce número de mulheres empreendendo no ES, em 2022

Mil ideias

Deu certo! Com as orientações profissionais, entendeu que era ela quem devia assumir as redes da loja e, também, a cara da marca. E quanto mais ela aparecia, mais os números de seguidores, de curtidas e de visualizações subiam. Claudia é, agora, proprietária de um comércio de moda sustentável e blogueira. “Novamente fui me reinventar. Aprendi a fazer foto, a me posicionar, a fazer vídeo e a falar pra câmera. E de repente fui vendo o alcance subir”, lembra.

Só que Empório B Boutique & Brechó ainda vai além de ser uma loja de moda sustentável. O espaço proporciona encontros memoráveis às sextas-feiras com o Resenha, dia em que mulheres se unem para conversar, trocar experiências e apresentar novidades. “Pode ser uma palestra com alguma profissional, ou a apresentação de algum serviço ou produto novo. Ali é um espaço de acolhimento, troca, aprendizado, divulgação e o que mais couber”, explica Claudia.

Afinal, essa acolhida também faz parte do DNA da marca. “Acabei de me lembrar que eu guardava as minhas roupas para emprestar para as amigas. E fazia de forma gratuita, era para que elas pudessem ir para algum evento ou uma viagem com uma peça minha e que eu nem usava mais ou não cabia em mim. Eu já fazia o que faço hoje, mas ainda sem perceber que podia ser a minha renda”.

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Dados PNAD-C

Em sua maioria, as empreendedoras capixabas são negras (56,7%)e atuam por conta própria (85,1%). Mais de 93 mil empreendedoras são as chefes de domicílio, ou seja, as responsáveis por manterem o sustento da casa, e isso representa mais de 45% dessas mulheres, que normalmente figuram entre a faixa etária de 25 a 54 anos, com uma concentração maior na faixa dos 35 aos 44 anos (64.642 empreendedoras).

Os três setores em que elas mais se destacam são, respectivamente: Serviços (47,5%), com destaque para Alojamento e Alimentação, somando 28.643 empreendedoras nesse segmento; Comércio (26%), com 53.604 empreendedoras; e Agropecuária (15%), com 30.807 mulheres atuando nesse setor.

A informalidade ainda é uma realidade para 45,6% das empreendedoras capixabas, com 39,5% delas como empresárias formalizadas e 14,9% como produtoras rurais. Outro dado relevante é que quase 15% das empreendedoras são empregadoras.

E quando se fala de escolaridade, mais de 67% das empreendedoras têm ensino fundamental e médio, completo ou incompleto.Porém, um percentual alto de mulheres tem ensino superior, a exemplo de Claudia, passando de 22%.

Fonte: SEBRAE
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