As concessões de crédito para o período de 01 de março a 24 de julho de 2020 já somam R$ 1.496 bilhões, incluindo contratações, renovações e suspensão de parcelas. Estes dados incluem os números oficiais já divulgados pelo Banco Central (BC) para os meses de março a junho, que atingiram R$ 1,3 trilhão, considerando o total das operações de crédito. Também incluem dados consolidados pela FEBRABAN para até o dia 24 de julho, neste caso, considerando apenas as operações no segmento livre de crédito para PJ, que já somam 193 bilhões. No caso de PF, os números de julho consideram o imobiliário, mas não as operações de crédito rotativo.
Além disso, no período de 16 de março a 24 de julho, o setor já renegociou 13,5 milhões de contratos com operações em dia, que têm um saldo devedor total de R$ 782,3 bilhões. A soma das parcelas suspensas dessas operações repactuadas totaliza R$ 101,6 bilhões. Esses valores trazem alívio financeiro imediato para empresas e consumidores, que passaram a ter uma carência entre 60 a 180 dias para pagar suas prestações, sendo que a maioria dos agentes beneficiados com prorrogação de parcelas é representada por pequenas empresas e pessoas físicas (R$ 57,4 bilhões).
O quadro a seguir traz a evolução das concessões nos meses de março a junho de 2020, com base nas notas de crédito do BC, comparando com o mesmo período em 2019, quando o mercado de crédito já vinha em ritmo de crescimento, em especial no segmento livre.
Quadro 1 – Concessão de Crédito SFN
Os números de março a junho de 2020 ante o mesmo período de 2019 apontam para um crescimento importante das operações de crédito para pessoa jurídica (16,7%), ainda que, agora, com tendência declinante, refletindo a desaceleração progressiva da atividade, que deve ter apresentado o seu vale no segundo trimestre.
Na comparação entre março e junho de 2019 com o período de 16 de março a 24 de julho de 2020 (desde quando a OMS declarou a pandemia), houve alta significativa nas concessões para Pessoa Jurídica no segmento livre (PJ), de 45,6%, considerando a média por dia útil para cada período.
Isso ocorreu em razão do expressivo aumento na demanda por crédito bancário no início da crise, por conta da forte incerteza do cenário econômico, da redução das operações no mercado de capitais e do cancelamento de linhas de financiamento externo para o Brasil.
Essa expansão inicial na demanda foi atendida pelo setor bancário doméstico, o que explica esta taxa elevada de 45,6% de crescimento nas concessões para PJ no segmento livre.
R$ milhões
No caso das famílias, nota-se uma esperada retração da demanda por novas contratações, em linha com a queda da atividade econômica decorrente da estratégia de distanciamento social. Lembre-se que os números já divulgados pelo IBGE registraram um recuo de 1,5% do PIB do 1T deste ano na comparação com o 4T de 2019 e as estimativas de mercado indicam que, no 2T de 2020, a queda pode ser superior a 10%, o que impactou fortemente na demanda por crédito.
Conforme antecipado pela FEBRABAN, os dados oficiais do BC mostram que as taxas de juros e os spreads bancários declinaram desde o início da pandemia, como se pode observar no quadro abaixo.
Quadro 2 – Taxa de Juros e Spread Bancário
Mesmo com o aumento do risco nas operações de crédito e a expectativa de aumento expressivo da inadimplência, que já se refletiu na forte elevação das provisões, as taxas de juros e os spreads bancários recuaram entre fevereiro e junho deste ano.
A taxa de juros para o conjunto das operações de crédito recuou de 23,1% para 19,3% ao ano. E o spread médio das operações de crédito caiu de 18,6% para 15,6%.
Por FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos
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Fonte: Contabilidade na TV
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