Agência Nacional de Águas (ANA) Prédio do Governo e Edifício Brasília

O mercado e o setor de saneamento básico ainda esperam por definições do Governo Federal em relação à competência para a atuação da Agência Nacional de Águas (ANA) no setor de saneamento básico. Segundo a sócia do Cescon Barrieu na área de Infraestrutura e Project Finance, Ana Paula Calil, a confusão se deu após o Governo ter publicado uma Medida Provisória, a MP nº 1154/2023, que alterou o art. 3º da Lei nº 9.884 e retirou a competência da ANA para instituir normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico, e o Decreto nº 11333/2023, que transferiu para a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental a competência para instituir as normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico e acompanhar o seu processo de implementação.

“O mercado se demonstrou muito preocupado porque essa era uma competência atribuída à ANA desde a publicação do Novo Marco Legal do Saneamento Básico de 2020. Ela é importante, pois a agência ao instituir normas de referência que podem ser adotadas pelos Municípios padroniza a regulação do setor que ainda é muito pulverizada. O Novo Marco trouxe essa previsão para oferecer mais segurança jurídica ao processo e essa alteração trouxe um medo de interferência política ao processo”, explica ela. Desde então, a ANA já havia publicado algumas normas de referência a fim de uniformizar a regulação do setor de saneamento.

Segundo a advogada, porém, o governo já afirmou que houve uma confusão em relação ao assunto e que pretende revogar os normativos para retomar a competência da ANA. “Havia essa confusão também pelo fato de que a MP alterou o artigo 3º da Lei nº 9.884, mas não alterou outros dispositivos da Lei que fazem referência à competência da ANA para instituir tais normas. O ano de 2023 é um ano que promete alguns leilões, e o mercado espera que o governo tome uma decisão a respeito do assunto com urgência”, destaca.

Ana Paula ressalta ainda a importância da realização dessas alterações para que o Brasil possa atrair mais investimentos para o setor. “Essa formalização é importante para que os leilões programados para 2023 possam ser realizados. É importante que haja essa presença do capital privado no setor. Hoje o investimento privado no setor é baixo. É preciso mais. Esses investimentos são relevantes, pois sem eles não será possível atingir as metas de universalização previstas no Novo Marco do Saneamento para os próximos 10 anos.”, finaliza.

Leia também: Presidente Lula retira indicações a cargos no governo feitas pelo ex-presidente Bolsonaro

O Novo Marco do Saneamento obrigou a existência de licitações na área, mas permitiu que contratos já existentes em 2020 pudessem ser executados mediante a comprovação de condições econômico-financeiras até 2022 e outros requisitos . Entre 2019 e 2022, a participação do setor privado passou de 14 para 23%. Dados da Abcon (Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto) apontam que nos últimos dois anos foram realizados 21 leilões de concessões em 144 municípios.

O Cescon Barrieu é um dos principais escritórios de advocacia do Brasil, trabalhando de forma integrada em cinco escritórios no Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Brasília) e, também, em Toronto, Canadá.

O post Definições sobre a atuação da Agência Nacional de Águas no saneamento básico são necessárias para estimular setor apareceu primeiro em Jornal Contábil – Contabilidade, MEI , crédito, INSS, Receita Federal e Auxílios.

Fonte: Jornal Contábil
Abertura de empresa em São Bernardo do Campo com o escritório de contabilidade em São Bernardo Dinelly. Clique aqui