Nesta terça-feira (17), foram publicadas na edição desta terça do “Diário Oficial da União”, as portarias da Secretaria-Geral da Presidência, com as dispensas de 40 militares que atuavam em cargos administrativos no Palácio da Alvorada.
A decisão foi tomada pelo Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após desconfiança externada pelo presidente, de que esses militares atuaram durante os ataques golpistas de 8 de janeiro.
Os militares dispensados, continuaram nas Forças Armadas, porém em outras atividades, no geral foram dispensados, soldados, cabos e sargentos da Aeronáutica, Exército e Marinha que atuavam, na Coordenação de Administração do Palácio.
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Lula está convencido de que as portas do Planalto foram abertas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na manhã desta quinta-feira (12), em Brasília, em um café da manhã com jornalistas que cobrem a presidência da República, disse estar “convencido” de que as portas do Palácio do Planalto foram abertas para o manifestantes.
Segundo o presidente, sim, houve clemência dos militares durante os ataques. Ele afirma que houve muita gente que obedeceu, inclusive a Polícia Militar, as Forças Armadas.
A desconfiança do presidente surgiu depois que ele percebeu que não havia portas quebradas. “Vamos investigar com muita calma e ver o que realmente aconteceu”, disse Lula.
O presidente Lula anunciou que pretende fazer uma “investigação profunda” com a intenção de identificar os bolsonaristas e militares que ocupam cargos no governo e substituí-los por funcionários de carreira, segundo Lula, preferencialmente servidores públicos.
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Marcelo Ustra
Entre os dispensados, o que mais chamou a atenção, foi o nome do tenente-coronel Marcelo Ustra da Silva Soares, primo do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais torturadores da ditadura militar.
Marcelo era assessor técnico militar na Coordenação-Geral de Operações de Segurança Presidencial, ligada à Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI.
Ustra também integrou a equipe de segurança de Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos. O destaque, para o nome de Marcelo, se dá pelo parentesco com Brilhante Ustra coronel da ativa do Exército Brasileiro e ex-chefe do DOI-CODI, durante a ditadura militar, local onde 502 pessoas teriam sido torturadas e 50, mortas pelo órgão.
Em diversas ocasiões, Bolsonaro exaltou Ustra alegando que o livro “A Verdade Sufocada”, de Ustra, era seu livro de cabeceira. Em 2016, quando Bolsonaro era deputado federal, votou pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) que foi uma vítima do DOI-Codi, e logo em seguida dedicou seu voto ao coronel.
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Fonte: Jornal Contábil
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