A ilha de Combú, que faz parte do território de Belém (PA) e está a 15 minutos de barco da costa, é reconhecida por ser um oásis próximo à capital paraense por conta da sua natureza, pelos bons restaurantes e ultimamente pela fabricação de chocolates orgânicos. A localidade é também a primeira a ser beneficiada com uma unidade de tratamento de água financiada pela startup Ver-O-Fruto, que dedica parte do valor da comercialização dos seus produtos – sabonetes fabricados a partir de resíduos de açaí – para financiar a instalação da estrutura, que também foi idealizada pela empresa. Cerca de 300 pessoas serão beneficiadas com a iniciativa até o mês de abril.
“A ideia de utilizar os recursos para o tratamento de água nasceu após entender por quais caminhos seria possível viabilizar o acesso à água para as famílias ribeirinhas. A nossa startup nasceu de um propósito e se tornou uma empresa. A partir disso, podermos chamar a atenção das pessoas, nossos clientes, para poder viver esse propósito conosco”, explica a engenheira de produção Ingrid Teles, pesquisadora e fundadora da Ver-o-Fruto. Ela conta que outro sistema de tratamento de água foi levado para um quilombo no Amapá por meio de uma associação local.
A gente pensa nas pessoas que fazem a bioeconomia, nas pessoas que vivem na floresta. A Ver-O-Fruto atua na base para as pessoas que fazem a bioeconomia acontecer, desde o momento que utilizamos a matéria-prima, que antes não tinha nenhum valor agregado, até na garantia de água de qualidade para as pessoas com o sistema de tratamento.
Ingrid Teles, pesquisadora e fundadora da Ver-o-Fruto.
A empresa foi uma das participantes do Programa Inova Amazônia, do Sebrae, que fomenta, apoia e desenvolve pequenos negócios, startups, empreendimentos e ideias inovadoras alinhadas à bioeconomia, que tenham como premissa a atuação direta ou indireta para preservação ou uso sustentável dos recursos da biodiversidade do bioma.

“Enxergo o Sebrae como um dos maiores apoiadores e parceiros que nós temos. Através do Inova Amazônia, nós fizemos parcerias incríveis, mostramos nosso trabalho, tanto do sabonete, quanto da água e eles [Sebrae] foram os primeiros a fazer uma grande compra dos produtos para serem entregues com brinde no estande. O Sebrae fez com que a nossa startup conseguisse evoluir e dar passos cada vez maiores”, ressalta.
O analista de Inovação do Sebrae Philippe Figueiredo enfatiza a importância de apoiar projetos inovadores da bioeconomia e de impacto social ambiental. “O Sebrae, com seus projetos, contribui para a geração de negócios que trazem soluções tecnológicas para que a gente tenha o maior cuidado com esses grandes ativos que são os nossos biomas”, argumenta.
“Ao apoiar o desenvolvimento dessas empresas, estamos contribuindo para a criação de soluções para uma melhor utilização dos recursos naturais, seja preservando, utilizando de uma maneira mais inteligente, ou até recuperando esse ativo tão importante que é a água.”

Próximos passos
O sabonete líquido esfoliante facial Amazon Seed é feito a partir de resíduos (caroço) de açaí. Atualmente, a produção dos sabonetes acontece em Benevides, na região metropolitana de Belém, e é terceirizada. Além disso, a Ver-O-Fruto fabrica um xampu em barra feito com óleo de Patauá e manteiga de Murumuru. “Nosso sabonete facial age com um detox. Nós não utilizamos nenhuma matéria-prima sintética. Ele ajuda na diminuição da oleosidade, sem ressecar a pele, como a gente vê no mercado”, explica a fundadora da startup.
A startup também é responsável pela concepção do sistema de tratamento da água do rio com a semente do açaí como filtro – inicialmente testado com os resíduos da manga. A iniciativa custa, em média, R$ 15 mil, com uma capacidade para tratar de mil a dois mil litros de água dentro das ilhas, podendo atender até cem famílias por dia.
O objetivo para este ano é cobrir toda a região das Ilhas do Combú e das Onças, além de chegar às escolas do Amazonas. “Estamos buscando essa conversa com secretarias para mostrarmos nossa proposta, nossos resultados e o que temos para oferecer”, aponta.
Fonte: SEBRAE
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