Em fevereiro, a cor laranja fica em evidência por uma importante causa: conscientizar sobre a leucemia e reforçar junto à comunidade a importância de tornar-se um doador de medula óssea. A doença está entre os 10 tipos de câncer mais comuns na população brasileira e, assim como os outros, tem o diagnóstico precoce como um fator fundamental para o êxito do tratamento. O hematologista da Oncoclínicas de Uberlândia, Virgilio Farnese, esclarece sobre os aspectos da leucemia e a doação de medula óssea, gesto simples que salva vidas.
A leucemia é um tipo de câncer que acomete as células sanguíneas responsáveis pela defesa do organismo, os leucócitos. Somente para este ano, a estimativa é que mais de 10 mil novos casos sejam diagnosticados no Brasil. De acordo com o especialista, os tipos mais graves da doença são as leucemias agudas, sendo as mais frequentes a Linfoblástica e a Mielóide. “A doença pode acometer todas as idades, sendo a leucemia linfoblástica aguda mais comum na infância e as leucemias crônicas e a mieloide aguda em adultos e idosos”, explica.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam as chances de cura, por isso o hematologista alerta para sintomas como anemia, cansaço e fadiga, queda da imunidade, baixa de contagem de plaquetas, infecção, febre, hematomas e sangramentos espontâneos. O diagnóstico da leucemia é feito por meio de exames laboratoriais, como o hemograma, mas deve incluir ainda exames de bioquímica, de coagulação, além do mielograma, imunofenotipagem, cariótipo e exames genéticos da medula óssea. O tratamento é feito com quimioterapia e medicações que bloqueiam as vias de proliferação das células neoplásicas, além do transplante. “O transplante de medula óssea é reservado para os casos de alto risco ou que não respondem ao tratamento inicial”, explica Farnese.
Fevereiro Laranja também evidencia a doação de medula óssea
O mês de conscientização também visa alertar a população sobre a importância de tornar-se doador de medula óssea, gesto que pode salvar a vida de uma pessoa. Em alguns casos de leucemia, o transplante de medula se torna necessário para a sobrevivência do paciente, e encontrar um doador compatível é raro. A chance de descobrir alguém com 100% de compatibilidade é de 1 em cada 100 mil pessoas, por isso, ampliar o número de doadores disponíveis é fundamental.
“Qualquer pessoa que tenha entre 18 e 35 anos e tenha boa saúde poderá ser doador de medula óssea, e o processo é simples. O cadastro é feito nos Hemocentros, em que é preenchido uma ficha com dados pessoais e realizada a coleta de 5ml de sangue para testes que mapeiam características genéticas necessárias para identificar a compatibilidade entre o doador e o paciente. A partir disso, os dados do doador ficam disponíveis em um sistema nacional que realiza o cruzamento de informações com dados do paciente que aguarda um transplante. A doação é segura, pode ser realizada pelo sangue através de uma máquina de aférese ou pela medula óssea, a depender da doença do paciente que precisa da célula tronco. É a única doação de órgão que podemos fazer para um desconhecido, em vida, isso porque a medula que é doada se regenera rapidamente e não faz falta ao doador. O processo é seguro e pode salvar vidas”, detalha o médico.
Para os interessados em se tornarem doadores, o site do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea – REDOME detalha o processo e compartilha orientações, além de informar sobre os locais para cadastro em todo o país.
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Fonte: Jornal Contábil
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