O empreendedorismo foi uma forma de se reinventar para Edilaine Bueno, moradora da Cidade de Passos, em Minas Gerais. Apesar de ter contato com o artesanato desde criança, foi só depois de ficar desempregada que ela encontrou nas bonecas de crochê, chamadas de “Amigurumis”, uma nova forma de gerar renda e expressar sua criatividade. Entre linhas e agulhas, há três anos ela vende seus produtos e consegue fazer, em média, R$ 1.500 em faturamento mensal.
“Acredito que estamos no melhor momento pra empreender em qualquer área, pois as redes sociais têm nos dado muitas ferramentas que nos ajudam a crescer, melhorar e a buscar especialização”, argumenta a proprietária da Dylamigurumi. “Eu não tive muita rede de apoio, mas minha família e meu esposo me incentivaram”, lembra.
Atualmente, Edilaine vem se capacitando para inserir seus amigurumis no mercado digital e alavancar o comércio.
É uma mentoria para me ajudar a impulsionar as vendas nas redes sociais, abrir uma loja dentro do meu Instagram, entre outras iniciativas.
Edilaine Bueno, artesã e empreendedora
Desigualdade de renda
Assim como a artesã mineira, um estudo do Sebrae mostra que as mulheres empreendedoras têm conquistado seu espaço no mercado e reduzido a diferença para os homens no mundo dos negócios. Com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), o levantamento mostra que, no período entre 2019 e 2023, o rendimento das mulheres à frente de uma empresa cresceu 5,7% contra 4,5% dos homens, reduzindo a desigualdade de rendimento entre esses dois públicos de 32% para 30%. Porém, a diferença de renda entre os gêneros persiste, principalmente se considerado o recorte por raça.
“Se para as empreendedoras a situação já é difícil, para as mulheres negras os obstáculos são ainda mais complexos”, comenta a diretora de Administração e Finanças do Sebrae, Margarete Coelho. Segundo a pesquisa, a diferença da renda entre um empreendedor branco do sexo masculino e uma empreendedora negra é – em média – superior a 60%. Entre 2019 e 2023, o rendimento médio real das mulheres negras cresceu 13,9%, contra 10,3% dos homens negros. “Ainda assim, as mulheres negras continuavam ganhando abaixo de todos os demais segmentos”, pondera.
Nesta Semana da Consciência Negra, Margarete Coelho lembra que é preciso voltar o olhar para a implementação de políticas públicas que acelerem a abertura de novos espaços, reduzam os obstáculos e permitam uma competição mais equilibrada entre homens e mulheres. Hoje as empreendedoras, especialmente as negras, precisam encarar barreiras culturais e sociais, resultado da cultura machista entre nós, e entraves que impedem o desenvolvimento dos seus negócios.
É o caso, por exemplo, das taxas de juros para as empresas lideradas por mulheres, que são, em média, quatro pontos percentuais mais elevadas que aquelas praticadas para negócios que têm homens na liderança.
Margarete Coelho, diretora de Administração e Finanças do Sebrae
Fonte: SEBRAE
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