Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, representou o Brasil nesta segunda-feira (27) ao discursar na ONU. A ocasião representou a 52ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). O encontro aconteceu em Genebra, na Suíça, e foi o primeiro evento do Segmento de Alto Nível que reuniu representantes dos países membros da organização.
Almeida usou seu discurso para tratar de temas importantes, tais como a reivindicação do retorno do Brasil ao Conselho, a restauração da dignidade do povo Yanomami, a luta para que o assassinato de Marielle Franco não fique impune, dentre outros. Vale lembrar, que a postura do novo ministro representa uma mudança na postura do país para com o cenário internacional.
Em suma, ao invés dos recorrentes discursos voltados a temáticas religiosas, de Damares Alves, este ano, há a fala de Silvio Almeida que abarcou temas delicados, englobando desde o retorno do Brasil ao conselho da ONU, até a proteção de terras indígenas.
Continue acompanhando, veja alguns dos principais temas tratados pelo novo ministro durante seu discurso no evento.
A reivindicação do retorno do Brasil ao conselho
Em seu discurso, o ministro requereu que o Brasil voltasse a ocupar uma cadeira no Conselho de Direitos Humanos da ONU, visando a candidatura do país para conquistar o mandato de membro em 2024. O argumento de Almeida surge em virtude da posse da nova gestão federal liderada por Luiz Inácio Lula da Silva.
Neste âmbito, Almeida reforça em seu discurso questões relacionadas a diversidade sexual, trabalho análogo à escravidão, resgate de pautas humanitárias a nível de importância internacional, dentre outros fatores de prioridades do novo governo do Brasil.
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Indígenas terão domínio de suas terras
Outra temática de destaque levantada pelo ministro, refere-se a proteção dos mais vulneráveis, e dentro desse escopo, ressaltou que o governo federal está tomando todas as medidas cabíveis para restabelecer ao povo Yanomami, o domínio de suas terras.
“Os povos indígenas do Brasil, pela primeira vez, têm um ministério próprio, capitaneado por uma liderança indígena. Nenhuma decisão sobre seus direitos será tomada sem sua participação”, destacou Almeida.
“Não terá impunidade”
O ministro prometeu lutar também para que a justiça seja feita no caso de Marielle Franco e do motorista Anderson, que foram executados a “sangue frio”, em 2018. Silva afirma que a questão não passará impune.
“Lutaremos para que o brutal assassinato de uma promissora política brasileira, mulher negra e corajosa defensora dos direitos humanos, Marielle Franco, não fique impune e grave, na memória e no espírito da nossa sociedade, a dignidade da luta por justiça”. Disse o ministro.
Na oportunidade, Almeida também recordou os assassinatos do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Os dois foram assassinados durante uma expedição à região amazônica no Vale do Javari, no Amazonas, em 2022.
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Quadro de desmonte
Na sua fala, Silva não deixou de pontuar suas sérias críticas à gestão Bolsonaro, afirmando ter encontrado “um quadro escandaloso de desmonte, negligência e crueldade, deixado pelo governo anterior”. Nestas conjunturas, ele reforça o dever e o comprometimento do governo federal em mudar esse quadro.
“Precisamos não só erradicar a pobreza, mas também promover a dignidade do trabalho e do lazer. Mesmo aqueles que se acham privilegiados vivem hoje inseguros e adoecidos por um modo de produzir riquezas que não deixa vencedores”, defendeu.
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Fonte: Jornal Contábil
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