É comum considerar os fatores econômicos para medir o grau de sucesso e desenvolvimento de um país, estado ou de uma empresa. Os indicadores mais utilizados e conhecidos são o PIB – Produto Interno Bruto, que mede a riqueza produzida pelo país em um determinado período; o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, que analisa três variáveis – saúde, renda e educação; e o PIB per capita, que é a soma de toda riqueza produzida e dividida por sua população. Nas empresas, fala-se de faturamento, lucro líquido e investimentos para essa análise.
A questão é que os critérios citados acima são todos baseados em matemática e estatísticas econômicas. Ou seja, são parâmetros centrados nos negócios e não nas pessoas. Por isso, são incapazes de medir a qualidade das condições de trabalho ou o clima do ambiente para que as pessoas possam atuar da melhor maneira possível. Em muitos casos, esses dados apenas numéricos ainda podem maquiar problemas sociais graves, como desigualdade de renda, desigualdade social e qualidade de vida dos colaboradores.
Recentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU) atualizou os aspectos que envolvem a FIB reunindo práticas mais amplas. Para isso, criou um questionário baseado em todos os conceitos a fim de ajudar a medir o desenvolvimento de comunidades sociais ou corporativas.
Assim, a Felicidade Interna Bruta foi dividida em nove categorias:
1- Bem-estar psicológico: mede o otimismo que cada cidadão tem em relação a sua vida;
2-Saúde: medidas implantadas pelo governo, como exercícios físicos, nutrição etc.;
3- Uso do tempo: divisão das horas entre o trabalho, as atividades de lazer e a educação;
4- Vitalidade comunitária: relacionamento e interações entre as comunidades. Analisa a segurança, a sensação de pertencimento e as ações de voluntariado;
5- Educação: formal e informal, também no que se refere ao meio ambiente e às competências;
6- Cultura: avalia as tradições culturais locais, os festejos tradicionais, oportunidades de desenvolvimento de capacidades artísticas e discriminação de raça, cor ou gênero;
7- Meio ambiente: acessibilidade para áreas verdes, sistemas para coletar o lixo e biodiversidade da comunidade;
8- Governança: relação entre a população e a mídia, o Poder Judiciário, o sistema eleitoral e a segurança pública;
9- Padrão de vida: avalia a renda familiar e individual, seguridade nas finanças, as dívidas e a qualidade habitacional.
O conceito não é tão novo assim. O termo surgiu no Butão, um país do sul da Ásia, região conhecida como Himalaia. Além dos aspectos econômicos, o rei butanês que criou a FIB em 1972 acreditava que a conservação ambiental e a qualidade de vida das pessoas representam variáveis importantes no desenvolvimento de uma nação.
No Brasil, a FIB ainda não é uma realidade concreta. Atualmente, existem apenas pesquisas experimentais no estado de São Paulo, mas quando saímos da esfera pública, já existem gestores precursores incluindo tais práticas nas suas empresas. Hoje, há inclusive especialistas e consultores que podem ajudar as companhias a se engajarem nesses projetos.
O mais recente ranking global da FIB mostra que os países mais comprometidos com saúde, alimentação, educação e desenvolvimento de seus povos lideram a lista. Os dez primeiros colocados são: Finlândia, Dinamarca, Islândia, Suíça, Países Baixos, Luxemburgo, Suécia, Noruega, Israel e Nova Zelândia. O Canadá (15º lugar), os Estados Unidos (16º) e o Reino Unido (17º) também chegaram ao top 20. O Brasil, por sua vez, aparece na 38ª posição e segue perdendo espaço desde os últimos relatórios lançados nos anos anteriores.
A FIB é um projeto de transformação social que pode revolucionar os negócios, focando no bem-estar como impulsionador da produtividade. Portanto, não deve ser negligenciado. Com potencial ainda não mensurado, a prática já é apontada como tendência. Os empresários e governos que apostarem nesse investimento, aliados a parceiros estratégicos e especializados no tema, com certeza estarão um passo à frente, tanto nos negócios quanto na contribuição para o planeta.
Em uma sociedade pós-pandemia que acaba de sair de um forte isolamento social, existem diversas transformações que podem se tornar aliadas. É o caso do home office. Após quase dois anos de distanciamento, o mundo entendeu que o sistema é superviável e pode até mesmo aumentar os resultados. Isso porque os trabalhadores focam no escopo do trabalho e se tornam mais produtivos, ao passo que conseguem fazer pausas estratégicas para se alimentarem melhor, passearem com o cachorro ou cuidarem da saúde física e mental.
Por Ronaldo Bias Ferreira Jr. é sócio-diretor da um.a Diversidade Criativa
Com mais de 26 anos, a um.a #diversidadecriativa está entre as mais estruturadas agências de live marketing do Brasil, especializada em eventos, incentivos e trade.
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Fonte: Jornal Contábil
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