No início do mês de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom), decidiu reduzir a taxa Selic de 2,25% para 2%, se tornando a menor da história. A medida de trata de uma estratégia do Banco Central (BC), no intuito de controlar a inflação e aproximá-la da meta anual. Entretanto, essa mudança afeta três grandes pilares do setor financeiro, a inflação, o rendimento de investimentos e as taxas de empréstimos.
Enquanto a prática de aumento da Selic resulta na desaceleração da economia, impedindo o aumento da inflação, a baixa da referida taxa estimula o consumo e aquece a economia, aumentando a inflação no momento em que ela está abaixo da meta. Sendo assim, é possível observar que, a manutenção da Selic atua no controle geral das ações no mercado. Na prática, isso pode ser visto através da criação de mais postos de trabalho e empregos que visam atender cada vez mais consumidores ávidos no país.
Além disso, a baixa da Selic também pode beneficiar alguns tomadores de crédito, como os pequenos e médios empresários que estão entre os beneficiários do Governo Federal pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), devido aos impactos da pandemia da Covid-19. A alternativa teve um aporte bilionário segundo o Governo, permitindo que estes empreendimentos responsáveis por 70% dos empregos no país, se recuperem dessa crise financeira.
Em entrevista ao Jornal Contábil, o CEO da Vallus Capital, Caio Mastrodomenico, acrescentou que, a manutenção da menor taxa Selic da história, junto à criação da cédula de R$ 200,00, tem gerado vários questionamentos a respeito de uma possível inflação. Neste sentido, é possível notar um cenário de incentivo ao consumo que irá refletir na consequente diminuição da oferta, o que pode resultar no aumento da inflação, que nos últimos meses tem se mantido abaixo do teto estabelecido pelo Governo.
“O mercado recebe esse cenário com boas expectativas, uma vez que o incentivo à investimentos e ao consumo, é muito bem visto pelos investidores que estão atentos a quais ferramentas, o Governo federal tem buscado para acelerar a recuperação da economia no cenário pós crise”, destacou o CEO.
Na oportunidade, ele destacou que, ao contrário do que muito imaginam a manutenção dessa baixa taxa Selic, tem pouca ou nenhuma relação direta à pandemia da Covid-19. Isso porque, nos últimos quatro anos a taxa tem caído gradativamente ao acompanhar as mudanças impostas nas tendências mundiais, perante as baixas taxas de juros. Portanto, ainda há a expectativa de o Brasil fechar o ano com percentuais entre 0,25% e 0,5%. “Então de imediato não devemos nos preocupar com inflação ou aumento de preços, só aproveitar o bom cenário para consumir com baixas taxas de juros e ajudarmos a engrenagem de recuperação da economia”, finalizou Caio Mastrodomenico.
O que é a taxa Selic?
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), nada mais é do que a taxa básica de juros da economia brasileiro, utilizada no mercado interbancário, mais precisamente pelo Banco Central, para financiamento de operações diários incidindo também em títulos federais.
A taxa Selic é adquirida através da média ponderada de juros praticados nas referidas operações, calculada e divulgada diariamente. Além disso, ela tem relação direta com a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que influencia na economia brasileira geral.
Como funciona a taxa Selic?
A taxa se trata da principal ferramenta de política monetária do Banco Central, visando o controle da inflação. Isso requer que a equipe da Copom se reúna a cada 45 dias para decidir o futuro próximo da taxa de juros. Os resultados econômicos brasileiros, bem como, a movimentação dos mercados internacionais também são fatores que podem influenciar na Selic, que já atingiu a marca de 14% em 2015.
Este parâmetro também possibilita que os bancos determinem qual será a taxa de juros dos empréstimos diários que serão aplicados entre as instituições bancárias. Por ser um índice importante, a Selic acaba afetando uma série de investimentos que são integrados a ela, especialmente no que se refere a aqueles de renda fixa.
Por Laura Alvarenga
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Fonte: Jornal Contábil
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