No lugar do quadro-negro, as árvores da Amazônia; em vez de cadernos e provas, os animais silvestres. Há 17 anos, a Escola da Floresta, em Alter do Chão (PA), trocou o modelo de ensino convencional pelo contato direto com a diversidade da Floresta Amazônica. Nesta sexta-feira (17), o espaço foi aberto para receber uma delegação que integra a missão técnica do Sebrae Nacional na região, inserindo-se nos esforços da instituição para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).

Entre os integrantes da comitiva estão o presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima; o diretor técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick; os enviados especiais da COP30 Sérgio Xavier e Philip Yang, entre outras autoridades e representantes de instituições e órgãos do governo federal.

Eles conheceram o projeto da Escola da Floresta, apresentado pela professora Márcia da Silva Mota Mendes, e tiveram a oportunidade de participar de um plantio simbólico de mudas de espécies nativas da região.

Projeto da Escola da Floresta é referência em educação ambiental (fotos:Fabrício Sousa)

A missão, realizada entre os dias 16 e 17, faz parte do projeto Bioma Amazônico, capitaneado pelo Sebrae Nacional e Sebrae Pará, com o objetivo de impulsionar a bioeconomia do Baixo Amazonas, no oeste do Pará.

Ao longo dos dois dias, os participantes conheceram iniciativas do Sebrae na região, como a incubadora de startups da floresta, a Oka Hub; o projeto de quintais produtivos, que hoje atende a 30 agricultores com uma metodologia replicável; e o Projeto de Carbono Social, entre outros.

O presidente do Sebrae, Décio Lima, destacou a importância do trabalho desenvolvido na escola, que ele considera fundamental não só para Santarém, mas para o mundo. “A luta pela sustentabilidade é uma luta desigual na vida de todos nós e do planeta. É uma luta contra os gigantes, contra a acumulação de riqueza, contra um protagonismo econômico, do qual somos apenas um processo de resistência”, comenta. Ele manifestou o interesse da instituição em apoiar a iniciativa: “Essa escola não pode ficar sem o nosso apoio. Ela é um instrumento importante hoje na disputa da hegemonia pela sustentabilidade.”

Projeto educacional apresenta a diversidade da floresta aos estudantes locais e de outras partes do país e do mundo (fotos: Fabrício Sousa)

Educação com os pés na floresta

A professora Márcia Mendes explicou aos visitantes o trabalho desenvolvido pela Escola da Floresta na educação ambiental de crianças e jovens. “As crianças que vêm aqui todos os dias precisam ser educadas ambientalmente. Por quê? Porque são elas que vão multiplicar essa ideia. São os estudantes que vão transmitir aquilo que eles aprenderam aqui. E nós acreditamos que são eles que vão nos ajudar nessa luta por um ambiente saudável e sustentável”, comenta.

Márcia destacou que os visitantes não se restringem aos alunos da rede municipal de Alter do Chão. “Recebemos crianças e jovens das escolas estaduais, dos institutos federais e das universidades estaduais e federais. Além deles, também temos sido procurados por alunos de outros países. Recentemente, tivemos aqui conosco estudantes de arquitetura de uma universidade inglesa e intercambistas de uma universidade canadense de Quebec.”

COP dos povos da floresta

Edivan Silva de Carvalho, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), é um dos integrantes da missão técnica do Sebrae. Ele participou da visita à Escola da Floresta e também fez questão de destacar a importância do trabalho.

“Foi estratégico que o Sebrae nos oportunizasse conhecer mais essa iniciativa amazônica. A escola possibilita que as nossas crianças possam ter essa vivência relacionada à conservação e à produção sustentável. Estamos contribuindo para criar cidadãos mais sensibilizados, para que possam também disseminar conhecimentos relacionados à floresta”, comentou.

Edivan ressaltou ainda que o IPAM tem atuado, juntamente com parceiros e o governo brasileiro, para que essa seja uma conferência inovadora. “Ao contrário das duas últimas COPs, essa vai ser a COP do povo, dos movimentos sociais, a COP dos povos da floresta”, concluiu.

Fonte: SEBRAE
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