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No mês passado, uma grande parcela do mundo estava imersa no acompanhamento da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas em Glasgow (COP26) — indiscutivelmente, um dos eventos globais mais importantes de 2021. A conclusão da COP 26 viu um pacote de ações adotado que tem por objetivo aumentar a transparência do progresso dos signatários para redução das emissões de carbono, incluindo rastreamento e relatórios sobre suas Contribuições Nacionalmente Determinadas.

Na COP 26, vimos também as percepções do público sobre a desconfiança das instituições privadas quanto aos seus esforços e ações reais para reduzir as emissões de carbono, bem como novos compromissos públicos de grandes corporações em relação ao seu papel no tratamento das mudanças climáticas e dos efeitos globais.

Esses compromissos inevitavelmente levarão a novos componentes na preparação das declarações e relatórios de divulgação das empresas e à responsabilidade de seus órgãos de governança, dadas as preocupações urgentes do público quanto à transparência.

Além disso, a expectativa dos investidores está mudando para exigir mais informações comparáveis sobre o impacto social e ambiental de uma empresa em seus relatórios.

Informações e relatórios de práticas Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa (ESG, na signa em inglês) comparáveis são um componente-chave para abordar com sucesso as mudanças climáticas e devem ter o mesmo rigor e qualidade técnica dos relatórios financeiros obrigatórios.

Isso exigirá um esforço mais amplo para padronizar a forma como as empresas contabilizam seu impacto ambiental e social; por sua vez, dando início a uma era de relatórios comparáveis obrigatórios, auditoria e asseguração.

anúncio do Conselho de Normas Internacionais de Sustentabilidade (ISSB) é um grande passo no avanço das divulgações relacionadas aos impactos sociais e ambientais, que atualmente são voluntários, vagos e sem comparabilidade.

Os relatórios ESG não terão apenas impactos sobre as empresas, mas também sobre os auditores independentes. Sua função de garantir a qualidade das informações ESG das empresas auditadas aos investidores, stakeholders e reguladores ganha um significado novo e muito importante como parte da luta contra as mudanças climáticas e é uma das formas pelas quais as empresas serão responsabilizadas por seus compromissos.

Portanto, é importante que as firmas de auditoria independente, profissionais de contabilidade e suas organizações de contabilidade se engajem de maneira ativa e resoluta neste novo e crucial desafio que nossa profissão enfrenta. Nesse sentido, é importante reiterar o apelo feito pela Federação Internacional de Contadores (IFAC) a todas as suas organizações membros para apoiar a iniciativa de transformar novas normas globais em requisitos de relatórios locais, com informações ESG consistentes e comparáveis.

A profissão de contabilidade em todo o mundo possui as competências e conhecimento adequados para cumprir esta missão e deve assumir imediatamente um papel de liderança na discussão, compreensão e estabelecimento de diretrizes para a qualidade, padronização e confiabilidade das divulgações ESG das empresas, bem como na auditoria independente dessas informações em suas respectivas jurisdições.

É fundamental que sejamos protagonistas no seguinte:

  • monitorar, participar e apoiar a Fundação IFRS no processo de definição de normas do Conselho de Normas Internacionais de Sustentabilidade (ISSB);
  • apoiar as ações da Federação Internacional de Contadores (IFAC) relacionadas às normas emitidas pelo ISSB;
  • apoiar as Organizações Profissionais de Contabilidade em todo o mundo, que devem atuar tempestivamente na tradução das normas estabelecidas pelo ISSB, bem como nas iniciativas de treinamento e disseminação;
  • promover o forte compromisso ético da profissão que é fundamental no âmbito do tema ESG (por exemplo, apontar o greenwashing) e demonstrar como a profissão continua trabalhando no interesse público.

Os profissionais da Contabilidade também podem contribuir de forma significativa e específica para o processo de engajamento das empresas em seus desafios relacionados às mudanças climáticas, por meio das seguintes etapas:

  1. Promover uma reflexão interna nas suas empresas sobre este importante tema, visto que este tipo de relatório será cada vez mais demandado por investidores, reguladores, agências de rating, seguradoras e consumidores;
  2. Engajar líderes, pois esse processo exigirá mudanças importantes dentro da organização em torno de modelos de negócios, processos de produção e tecnologia;
  3. Antes de iniciar qualquer processo novo, as empresas devem realizar, com o auxílio e aconselhamento de seus contadores, um inventário e uma análise minuciosa a respeito de seus objetivos ESG, lacunas e custos;
  4. Com todas as informações necessárias em mãos, pode-se iniciar o planejamento e o desenvolvimento dos projetos – incluindo custos e oportunidades, riscos e metas para aprovação;
  5. Por fim, a contribuição do contador profissional para comunicar esses desenvolvimentos será essencial. A comunicação interna dentro das empresas será necessária para o envolvimento e adesão de seus funcionários, e a comunicação externa com o mercado para mostrar o apoio às novas normas globais.

Considerando que o engajamento das empresas é fundamental para o sucesso da meta – reiterada na COP 26 – de limitar o aquecimento a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais, a missão dos profissionais da Contabilidade é muito clara. Nosso trabalho relacionado às ações ambientais e de sustentabilidade significa uma grande responsabilidade para com toda a sociedade global.

Por Francisco Sant’Anna é Presidente do Conselho de Administração do Ibracon – Instituto de Auditoria Independente do Brasil. 

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Fonte: Jornal Contábil
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