Especialistas no segmento apontam como os pilares de sustentabilidade, social e governança descritos pela sigla, que vem se tornando popular, podem resultar em aproximação das empresas com linhas de crédito e mercado investidor, além de maior engajamento do consumidor
Não é de hoje que o mercado investidor vem se transformado e o ESG se tornando um fator fundamental para os negócios. Dados como o da pesquisa Panorama do ESG no Brasil, apontam que 82% das empresas acreditam que os CEOs devem liderar essa agenda em seus negócios.
Para a especialista em sustentabilidade Sharon Koepsel, do escritório de direito empresarial Flávio Pinheiro Neto Advogados, é importante que negócios em busca de investimentos e acesso a linhas de crédito estejam atentos às possibilidades de atuação com base nesse contexto.
“As práticas de sustentabilidade e ESG – que significa Environmental, Social and Governance, ou Ambiental, Social e Governança, embora pareçam sinônimas, são distintas e complementares. A primeira trata da cultura da empresa, suas metas e compromissos pautados no tripé social, ambiental e econômico. O ESG vem justamente para trazer essas ferramentas para colocar essas metas em prática”, diz.
A especialista explica que é cada vez mais comum a busca por escritórios que apoiem na construção de um diagnóstico ESG para a criação de práticas alinhadas com a perenidade das empresas. “Neste processo, pensa-se muito além do que acontece neste momento, mas em criar, gerir e acompanhar ações que envolvam também o lado social e, principalmente, de governança da operação. Assim, o investidor encontra mais segurança para direcionar seu capital”, explica.
Segundo a consultoria Bain & Company, empresas que investem em práticas de ESG também crescem cinco a seis vezes mais do que as que não investem. “Com metas de compromisso com o público, a empresa acaba mitigando riscos, pois através do diagnóstico conhece suas fragilidades. Hoje, o mercado investidor é o maior incentivador do ESG, principalmente porque o pilar governança é que vai mostrar o que de fato você está colocando em prática para mitigar riscos e desgastes”, analisa Sharon.
Flávio Pinheiro Neto, sócio fundador do escritório e especialista em direito empresarial, reforça que o compromisso com a sustentabilidade – seja no sentido ambiental ou de sustentação da operação, quando estruturado em plano de ação e diagnóstico, causa efeito positivo no mercado: “A partir dessa estruturação inicial a empresa pode antecipar ações para redução de impacto financeiro, criando não só um relacionamento duradouro com o mercado investidor, mas também com o seu consumidor.”
Raio X do ESG no Brasil
Estudos recentes no segmento, como o da consultoria Resultante, mostram que atualmente os mercados mais engajados com causas ESG são de papel, celulose e madeira, seguidos da construção civil, shoppings e incorporação imobiliária.
Já o estudo da Grant Thornton mostrou que 52% das empresas que publicam relatórios ESG não deixam claras suas diretrizes. “Este é um claro sinal de que, muitas vezes a empresa começa pelo ESG, que traz as ferramentas, sem ter a sustentabilidade, que deve mostrar a cultura e as metas em relação à tríade, claras”, reforça Sharon. O Bloomberg acredita que serão depositados via fundos de investimento US$53 trilhões em empresas com essas práticas em 2025.
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Fonte: Portal Contnews
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