
Andreson de Oliveira Gonçalves, conhecido como o “lobista dos tribunais”, está no centro de um inquérito da Polícia Federal que revela a estrutura complexa de um suposto esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e em cortes estaduais. De acordo com as investigações, Gonçalves teria montado uma rede de lavagem de dinheiro com a colaboração de pelo menos 14 operadores diretos, movimentando quantias superiores a R$ 10 milhões diariamente.
Desde julho, Gonçalves cumpre prisão domiciliar em Primavera do Leste, Mato Grosso, sob autorização do ministro Cristiano Zanin, que é relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal aponta que ele desenvolveu métodos sofisticados para ocultar a origem ilícita dos recursos, envolvendo advogados, servidores do STJ e outros lobistas.
O relatório da PF destaca que o esquema se baseava na criação de “aparente legitimidade” para justificar as grandes movimentações financeiras, utilizando contratos de serviços jurídicos que não levantavam suspeitas nos sistemas de controle. Esses honorários e ajustes consultivos funcionariam como canais para a inserção de recursos ilícitos na economia formal, garantindo uma aparência legal ao ato corrupto.
Entre as táticas utilizadas por Gonçalves está a emissão de notas frias e o uso da empresa Florais Transporte Ltda., avaliada em R$ 98 milhões, como núcleo financeiro do esquema. Em conversas via WhatsApp, Gonçalves se referiu à capacidade da transportadora de manejar quantias significativas sem levantar suspeitas.
A investigação revela que Gonçalves tinha uma relação próxima com o advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023. Zampieri transferiu mais de R$ 7 milhões para a empresa de Gonçalves antes de seu falecimento e realizava frequentes saques em espécie.
As operações criminosas se desenrolavam em três etapas principais: a inserção dos valores ilícitos nas contas da transportadora através de pagamentos fictícios por serviços prestados; a redistribuição desses recursos para intermediários; e finalmente, a entrega dos valores aos beneficiários finais disfarçados como transações legais.
A PF também investiga o papel de diversos operadores financeiros que participaram do esquema, incluindo contadores e doleiros. Entre os citados está Nilvan Marques Medrado, contador responsável por várias empresas ligadas a Gonçalves. A atuação dele foi essencial para dar suporte ao esquema e facilitar as movimentações financeiras suspeitas.
Além disso, o inquérito aponta para a entrega direta de valores em espécie a servidores do STJ dentro das dependências do tribunal, com mensagens sugerindo a realização dessas transações entre Gonçalves e Zampieri.
O alcance das investigações evidencia uma rede complexa e bem estruturada voltada à corrupção e lavagem de dinheiro. Enquanto isso, o ex-chefe de gabinete da ministra Isabel Gallotti também está sendo investigado por sua suposta participação no esquema.
A defesa dos envolvidos tem reiterado que seus clientes não têm ligação com os crimes investigados. O espaço permanece aberto para manifestações adicionais das partes citadas.
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