Atualmente, as duas maiores economias mundiais seguem caminhos contrários.
Enquanto as terras estadunidenses continuam apontando sinais de aquecimento, o que não é muito positivo para o banco central do país, os chineses acumulam dados negativos nas últimas semanas.
Nos últimos dias, informações divulgadas da economia dos Estados Unidos confirmam uma sequência afirmativa: as vendas no varejo, embora praticamente estáveis, acompanham aumento de 0,7%, desconsiderando combustíveis.
Aqui, é fácil perceber como o país quer e tem condições de consumir: após a nona queda seguida no preço dos combustíveis, os consumidores aproveitaram a folga no orçamento para comprar outros produtos. Não é à toa que móveis, eletrônicos e eletroeletrônicos registraram expressivas altas no mês de julho, como mostram inúmeras pesquisas.
Este fenômeno está diretamente ligado a um mercado de trabalho muito aquecido. Fato é que se todos os desempregados norte-americanos estivessem desempenhando alguma função, ainda assim não seria suficiente para ocupar todas as vagas em aberto: 1,8 para cada pessoa procurando trabalho.
Além disso, são 19 meses consecutivos de criação líquida de emprego; só em julho, foram criadas mais de meio milhão de vagas. Este quadro mostra a força do mercado laboral daquele país, que lida com apenas um fato limitante: os aumentos brutos dos salários já não estão dando mais conta da inflação, a qual roda acima de 8% ao ano (a.a.).
O número de solicitações de seguro-desemprego também permanece baixo, em torno de 246 mil semanais – um pouco maior do que antes da pandemia, quando chegou a 220 mil, mas ainda muito baixo.
Além disso, a produção industrial de julho apontou crescimento de 0,6%, com destaque para os expressivos aumentos no setores automobilístico (6,6%) e de manufatura (0,7%). A indústria estadunidense registra o maior nível da história, com a utilização da capacidade instalada em 80,3%, nível perigoso para as pressões inflacionárias.
Nesta conjuntura, apenas o setor imobiliário está sofrendo os impactos da alta de juros, embora ainda mostre níveis extremamente animadores. Apesar de o preço médio de uma residência ter baixado de US$ 413,8 mil para US$ 403,8 mil, ainda está 10% acima do mesmo período do ano passado, ou seja, o ajuste é bastante lento.
Por outro lado, a China vem enfrentando alguns problemas. Seguindo o exemplo do setor imobiliário, quanto a lançamentos, houve queda geral de quase (absurdos!) 50%, em um ano. Isso limita muito as finanças dos governos das províncias, as quais obtêm sua maior receita na venda de terras.
Já as vendas no varejo, embora tenham subido 2,7% em julho, frustraram as expectativas do mercado (5%), dado que a base é muito baixa. O mesmo ocorreu com a produção industrial: alta de 3,8%, mas abaixo do previsto (4,6%). Enquanto isso, a venda de automóveis caiu 9,7%, e o e-commerce amargou queda de 10%.
Ademais, o desemprego entre os chineses mais jovens já passa dos 20%. O país só não está em situação pior porque as exportações crescem a quase 20%.
Todos estes aspectos desalentadores já provocam revisões de projeção do Produto Interno Bruto (PIB) chinês para 2022, com o número chegando a 3,5%, contrariando a meta de 5,5%, prevista pelo governo do gigante asiático.
Vivemos, então, um momento curioso: crescimento e alta inflação nos Estados Unidos e tempestade na China. Claro que esta condição não deve durar muito tempo, mas não deixa de chamar a atenção.
Fonte: Contábeis
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