A figura do Microempreendedor Individual (MEI) não é tão somente o maior movimento de formalização empresarial do mundo, mas também uma oportunidade de satisfação entre aqueles que se lançam no mundo do empreendedorismo. É o que revela um novo estudo que o Sebrae acaba de concluir, a Sondagem Econômica MEI.
Segundo o levantamento, referente ao terceiro trimestre do ano, a grande maioria dos microempreendedores individuais do país, independentemente do campo de atuação, está satisfeita ou muito satisfeita com suas vivências empresariais. A maior parte avalia a experiência como satisfatória ou muito satisfatória, com índices que variam entre 64% e 67%, de acordo com o setor de atuação.
Os MEI que trabalham com serviços estão entre os mais realizados, com 52,5% satisfeitos e 14% muito satisfeitos. Somente cerca de 10% dos MEI se dizem insatisfeitos ou muito insatisfeitos. A sondagem aponta ainda um grupo próximo de 24% que não se considera satisfeito, mas que também não está insatisfeito.
Há 15 anos, o Brasil testemunhava a implementação de uma das políticas públicas mais significativas de sua história: o Microempreendedor Individual (MEI). Criado por Lei sancionada pelo presidente Lula, em seu primeiro mandato, o MEI se revelou não apenas um recurso para legalizar atividades informais, mas um poderoso instrumento para impulsionar a economia e a inclusão social.
Décio Lima, presidente do Sebrae
Ele lembrou que a pesquisa GEM, maior monitor de empreendedorismo do mundo, aponta que 66% dos brasileiros e brasileiras estão empreendendo por oportunidade.
“O Brasil se consolida, cada vez mais, como uma nação empreendedora por oportunidade, criativa e inovadora. E essa força não nasce nos grandes centros de poder, mas no coração das comunidades, nos municípios e nos bairros, graças a pessoas que lutam para realizar seus sonhos de trabalhar com o que gostam e de gerar renda com isso, melhorando a própria qualidade de vida, de sua família e toda a sociedade”, acrescenta Décio.

Autonomia
Em todos os setores sondados, a autonomia no trabalho é o aspecto mais valorizado pelos MEI, variando entre 48,1% e 55,4%. Simplicidade, acesso a benefícios e emissão de Nota Fiscal também aparecem como prioridades, com diferenças setoriais menores.
Além de ser, em todo o país, o principal aspecto positivo de ser MEI, a autonomia no trabalho é também unanimidade em todas as regiões, variando de 48,7% a 57,8%. Os demais fatores de satisfação, contudo, vão variar em termos de importância, de acordo com a região. Ter acesso aos benefícios previdenciários é o segundo item mais relevante para o empreendedor do Nordeste, enquanto no Norte e Centro-Oeste, esse ponto aparece em quinto lugar.
Já entre os principais aspectos negativos estão a dificuldade de acesso a crédito (Nordeste 44,1%; Norte e Centro-Oeste 39,2%) e a instabilidade financeira (Sudeste 32,7%). Outros fatores relevantes incluem pouca orientação (Norte e Centro-Oeste 27,8%) e ausência de direitos trabalhistas (Sudeste 21,3%; Sul 18,1%).

A criação da figura do MEI simplificou o processo para trabalhadores informais se tornarem empreendedores legais, garantindo acesso a direitos e benefícios sociais, como aposentadoria, auxílio-doença e seguro-maternidade. Além disso, a formalização como MEI permite a empresas emitirem nota fiscal, obterem acesso a crédito e serviços financeiros, venderem para o governo e terem maior poder de negociação, impulsionando a economia do país.
Em todas as regiões, a maioria dos MEIs está satisfeita com a experiência, como nas regiões Norte e Centro-Oeste, que juntas apresentam o maior índice de aprovação (70,7%). As avaliações positivas variam de 64,2% a 65,6% no Sudeste/Nordeste/Sul.

Desafios
A sondagem revelou também os pontos negativos mais relevantes para os microempreendedores individuais. O difícil acesso a crédito e a instabilidade financeira são os pontos mais destacados pelos respondentes. Um ponto considerado negativo é o fato de que MEI não conta com os mesmos direitos de quem trabalha com carteira assinada. Esse item responde por 15% dos pontos negativos apontados pelos respondentes do setor do comércio e 21% entre aqueles de serviço.
Mais confiança
Os MEIs estão mais confiantes na economia do país. É o que mostra o boletim mensal da Sondagem Econômica MEI realizada pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. O levantamento, referente ao quadro de agosto, mostra um avanço de um ponto e meio no Índice de Confiança (IC-MEI) em relação a julho, com variação positiva mais forte entre os que atuam na indústria de transformação (mais 2,9 pontos).
Quando analisado nos recortes regionais, na comparação de agosto com o mês anterior, o IC-MEI do Nordeste aparece com melhores avaliações, apontando um aumento de 4,5 pontos, seguido do IC-MEI do Sul, de mais 3,6 pontos.
O Índice de Confiança do MEI é calculado através de pesquisas qualitativas mensais feitas pelo Sebrae e FGV, que aplicam questionários junto aos microempreendedores individuais para avaliar o humor dos respondentes sobre a situação atual e as expectativas futuras do seu negócio. As respostas são pontuadas e usadas para gerar o Índice da Situação Atual e o Índice de Expectativas, que são comparados para formar o índice final.
Fonte: SEBRAE
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