- Após quedas na comparação anual nos dois meses anteriores, o índice apresentou estabilidade em fevereiro de 2023, com destaque para segmentos como Atividades artísticas, criativas e de espetáculos
- Movimentação financeira das PMEs da Indústria (-1,2% YoY) e Infraestrutura (-0,4%) seguiram em queda no período
Em fevereiro de 2023, o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) mostra que a média da movimentação financeira real das pequenas e médias empresas brasileiras (PMEs) permaneceu estável em relação ao mesmo período do ano anterior (0%). Com isso, o índice interrompe a trajetória de queda observada entre dezembro de 2022 e janeiro deste ano, mas ainda segue limitado pelo ambiente econômico permeado por incertezas. Na comparação direta com janeiro de 2023, o indicador também permaneceu estagnado, atingindo 87,87 pontos (-0,01% – figura 1), mesmo com um volume de dias úteis menor em fevereiro.
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 692 atividades econômicas que compõem cinco grandes setores: Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
As aberturas setoriais do IODE-PMEs em fevereiro trazem um quadro diverso entre o desempenho dos principais segmentos do mercado. A movimentação financeira real média voltou a avançar tanto no Comércio (+5,8% YoY) quanto no setor de Serviços (+2,9%). Por outro lado, o indicador mostra recuo das atividades das PMEs na Indústria (-1,2%) e na Infraestrutura (-0,4%).
Figura 1: IODE-PMEs (Número índice – base: média 2019=100)
Fonte: IODE-PMEs (Omie)
No Comércio, o avanço observado no IODE-PMEs, em fevereiro, foi condicionado pelo crescimento da movimentação financeira real média do segmento atacadista (+10% ante fevereiro de 2022). Em contrapartida, as PMEs do setor varejista viram o desempenho econômico recuar ligeiramente no período (-0,7%). É importante destacar que o desempenho agregado dos últimos meses mostra importante desaquecimento do segmento frente aos resultados observados até o terceiro trimestre de 2022.
Segundo Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, o consumo das famílias se mostra bastante dependente das condições financeiras atuais e das expectativas de curto prazo. “O elevado nível de endividamento das famílias e a trajetória de queda da confiança dos consumidores prejudicam o desempenho dos negócios das PMEs atualmente, sobretudo aquelas voltadas à venda de bens para consumidores finais (segmento varejista). O índice de confiança do consumidor da FGV (ICC-FGV) voltou a recuar em fevereiro (-1,3 pontos), diante da piora da percepção dos agentes com a situação econômica atual. Soma-se a isso a elevada taxa básica de juros da economia (Selic), que também age no sentido de desestimular o consumo”, explica.
De toda forma, o índice apontou o crescimento da movimentação financeira real das PMEs do setor de Serviços em fevereiro, puxado pelo bom desempenho de segmentos como: ‘Atividades artísticas, criativas e de espetáculos’, ‘Transporte terrestre’ e ‘Atividades de serviços financeiros’. “Apesar do avanço no mês, diante do cenário conturbado para a sustentação do consumo, ainda é cedo para considerar uma inversão da trajetória enfraquecida que o setor como um todo vinha mostrando”, reforça Beraldi.
Por fim, as PMEs da Indústria já parecem sentir os efeitos negativos, especialmente, da manutenção de taxas de juros mais elevadas no país, diante dos fracos resultados apresentados pelo IODE-PMEs do setor desde o quarto trimestre de 2022. Especificamente no primeiro bimestre deste ano, os resultados das PMEs industriais dos setores de alimentos e bebidas afetaram negativamente o desempenho do setor como um todo.
“Em linhas gerais, o mercado de PMEs mostra certa volatilidade nos últimos meses, diante do grau elevado de incertezas no ambiente de negócios. Ainda assim, os resultados do IODE-PMEs nos setores de Comércio e Serviços chamam atenção ao mostrar certa resiliência da atividade econômica doméstica neste início de ano, diante de condicionantes deteriorados. Contudo, é relevante considerar o papel que a recuperação do mercado de trabalho no decorrer do ano anterior exerce sobre a evolução da renda real do trabalho das famílias – a qual apresentou significativa trajetória de retomada no segundo semestre de 2022”, finaliza o gerente.
Sobre o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs)
Compreendendo a relevância das PMEs no desempenho econômico do nosso país, a Omie desenvolveu o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que acompanha as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras. A pesquisa da scale-up Omie é um tipo de apuração inédita entre as empresas do segmento, atuando como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, além de oferecer uma análise segmentada setorialmente do mercado de PMEs no Brasil. Para elaborar os índices, a Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 115 mil clientes, cobrindo 692 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) – considerando filtros de representatividade estatística. Os dados são deflacionados com base nas aberturas do IGP-M (FGV), tendo como base o índice vigente no último mês de análise, com o objetivo de expurgar o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.
Sobre a Omie
Fundada em 2013 por Marcelo Lombardo e Rafael Olmos, a Omie tem o propósito de destravar o crescimento de todos os tipos de negócios, oferecendo um sistema de gestão inovador, completo e ilimitado, ancorada em quatro grandes pilares: Gestão, por meio do software; Educação, por meio da Omie.Academy; Finanças, por meio das funcionalidades de um banco digital, além de linhas de crédito e soluções para apoio à gestão de PMEs, como o Itaú Meu Negócio gestão by Omie; e Comunidade, por meio de um ecossistema que conecta clientes, fornecedores e prestadores de serviços. Líder do segmento, a empresa conta com mais de 25 mil escritórios contábeis parceiros, mais de 115 mil clientes, mais de 1700 colaboradores e mais de 141 unidades de franquias no país.
por Nova PR
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Fonte: Portal Contnews
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