A Leucemia é basicamente uma neoplasia ou câncer que atinge os glóbulos brancos do sangue. De acordo com estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) no período entre 2023 e 2025 mais de 11 mil casos da doença serão diagnosticados no Brasil. Ainda conforme o Inca, só no ano de 2020, foram registrados 6,7 mil óbitos no país em decorrência do problema.
O mês de fevereiro, ou Fevereiro Laranja, é designado pelas autoridades de saúde para realização de ações de conscientização sobre o combate a esse tipo de câncer que aumenta sua incidência com a idade, sendo mais frequentes em idosos. Mas até os vinte anos de idade é o câncer mais comum.
A doença é classificada em 12 tipos, mas os mais conhecidos e com maior incidência são quatro: leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL). Dependendo do tempo de evolução, a leucemia pode ser classificada como crônica ou aguda. “As agudas são as que mais assustam, e consequentemente, necessitam de um tratamento rápido. Há também um risco maior no tratamento quimioterápico, que é mais agressivo nesses casos, porém com mais chances de cura”, explica a hematologista e oncogeneticista, Maria Cunha Ribeiro Amorelli, que atende no Órion Complex em Goiânia.
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Sintomas e causas
Segundo especialistas, ainda se sabe pouco sobre as reais causas dessa neoplasia que atinge as células do sangue, mas estudos já demonstram alguns importantes fatores de risco para seu desenvolvimento, como exposição a alguns tipos de radiação, elementos químicos e anomalias genéticas, como a Síndrome de Down, e o histórico da doença na família.
Assim como suas causas, os sintomas indicativos da leucemia também nem sempre são claros. Mas alguns sinais como sangramento nas gengivas e no nariz, inchaço no pescoço, cansaço, dores nos ossos e nas articulações, febres que podem vir acompanhadas de suores noturnos, perda de peso, aparecimento de manchas roxas são sinais de alerta que precisam ser investigados.
Segundo explica a médica Maria Cunha Amorelli, a leucemia tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, onde a doença tem origem, que substituem as células sanguíneas normais. “Na leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a transforma numa célula cancerosa. As células leucêmicas, da medula, substituem as células normais, circulam pelo sangue e podem infiltrar órgãos como gânglios linfáticos, o baço, o fígado, o sistema nervoso central, os testículos e outros órgãos”. Explica a especialista.
De acordo com a hematologista e oncogeneticista, à medida que o número de células leucêmicas aumenta, aparecem inchaços ou infecções e quanto maior a idade maior os riscos para o paciente. “Exceto a leucemia linfoide aguda, que é mais comum em crianças com sintomas de cansaço, palidez e pontos vermelhos no corpo, que não somem, quando pressionadas”. Esclarece a hematologista.
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Diagnóstico e tratamento
Diante da suspeita de um quadro de leucemia, um dos principais exames para diagnosticar a doença é a realização de um hemograma completo, exame de sangue que traz várias informações importantes sobre o comportamento das células sanguíneas. “É um exame muito simples que pode ser feito a qualquer momento. Com isso, se consegue uma pista sobre a presença de uma leucemia e posteriormente serão feitos exames de alta complexidade, sendo possível definir se um paciente é portador de uma leucemia e seu tipo específico”.
O tratamento das leucemias agudas é feito com altas doses de quimioterapia, o que acarreta em efeitos colaterais bastante agressivos. “Nesse momento o paciente fica bastante fragilizado e precisa receber diversas transfusões de sangue. Outro tratamento bastante usado nos últimos anos é o transplante de medula óssea, que pode ser feito após a quimioterapia”, esclarece a especialista.
Já as leucemias crônicas, como têm um desenvolvimento mais lento, podem ser tratadas até mesmo com fármacos, ou por meio da associação com outros tratamentos como a quimioterapia e a radioterapia, o que irá depender do tipo da leucemia e seu estágio de evolução.
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Transplante de medula
Entre os diversos tipos de tratamentos disponíveis contra a leucemia, o transplante de medula óssea é um tratamento para os casos que foram refratários à quimioterapia, ou diagnósticos mais agressivos e específicos que o especialista indica o transplante de medula.
Os principais beneficiados com o transplante são pacientes com leucemias que são o câncer originário na medula óssea.. “O paciente, depois de se submeter a um tratamento que destruirá a sua própria medula, receberá as células da medula sadia de um doador compatível. É importante a gente lembrar, que a doação de medula óssea salva vidas, venho pedir à população e lembrar neste Fevereiro Laranja, a importância da doação de sangue e de medula óssea”, afirma a Hematologista, Maria Cunha Ribeiro Amorell.
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Fonte: Jornal Contábil
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