Mulher triste com gorro de natal olhando para notebook

Com a chegada do fim do ano, muitas pessoas se deparam com um sentimento recorrente de frustração por metas que não foram alcançadas. Segundo a Psicologia, esse período funciona como um marco simbólico que estimula avaliações globais da própria vida. É quando ocorre a comparação entre o “eu ideal” e o “eu real”, intensificada pelas redes sociais, onde conquistas alheias parecem mais visíveis e constantes. Essa discrepância entre expectativas e resultados pode gerar conflitos internos, sensação de incapacidade e desânimo, especialmente quando a procrastinação impede a realização de planos importantes. 

A psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da UNINASSAU Recife, Márcia Karine Monteiro, destaca que esse sentimento de “fracasso”, quando acompanhado de autocrítica excessiva, pode impactar diretamente a saúde mental. “Emoções como tristeza, culpa, vergonha, ansiedade e sensação de inadequação tendem a surgir com mais frequência nessa época do ano. Em alguns casos, esses estados emocionais podem agravar quadros de ansiedade ou depressão. A Psicologia Positiva, no entanto, reforça a importância de cultivar pensamentos mais construtivos e equilibrados, reduzindo a rigidez na forma de avaliar a própria trajetória”, explica. 

Sentir frustração, por si só, é uma reação emocional normal e até adaptativa, pois indica que determinado objetivo era significativo. No entanto, especialistas alertam que o não cumprimento de metas não define o valor pessoal. A Psicologia Humanista destaca que fracassos pontuais não determinam identidade, competência ou dignidade. Avaliar se as metas eram realistas também é fundamental, considerando fatores como tempo, recursos disponíveis, contexto emocional e condições externas. Metas muito rígidas ou utópicas tendem a gerar mais sofrimento do que motivação. 

“Outro ponto importante é a forma como cada pessoa lida consigo mesma diante dos erros. A autocrítica saudável é aquela que promove reflexão e aprendizado, enquanto a autocrítica punitiva reforça culpa, baixa autoestima e sofrimento emocional. Reconhecer e celebrar pequenas conquistas ao longo do ano ajuda a fortalecer a autoeficácia e a construir uma narrativa mais justa sobre a própria vida, favorecendo o bem-estar psicológico”, ressalta Márcia. 

Compartilhar frustrações com amigos, familiares ou pessoas de confiança também exerce papel fundamental. O apoio social reduz o isolamento emocional, valida sentimentos e amplia perspectivas, sendo um dos principais fatores de proteção à saúde mental. Quando a frustração se torna persistente e começa a interferir no sono, no apetite, no trabalho ou nas relações, buscar ajuda profissional é essencial para reorganizar pensamentos, emoções e metas de forma saudável. 

Para a Psicologia, o fim do ano não representa o encerramento das oportunidades, mas um ritual de transição. Ressignificar esse momento como uma fase de aprendizado, reorganização e replanejamento permite iniciar um novo ciclo com mais leveza. Substituir metas rígidas por intenções flexíveis, focadas no processo e alinhadas ao autocuidado, aumenta as chances de continuidade e crescimento pessoal, especialmente quando se está cercado de pessoas que somam e estimulam o desenvolvimento pessoal e profissional. 

“O fim do ano costuma intensificar comparações e cobranças internas, mas é importante lembrar que metas não alcançadas não definem quem somos. Quando aprendemos a ajustar expectativas, reconhecer limites e valorizar pequenas conquistas, transformamos a frustração em crescimento emocional e cuidado com a saúde mental”, finaliza a coordenadora.

O post Fim de ano e frustração: por que metas não cumpridas afetam tanto a saúde mental apareceu primeiro em Jornal Contábil – Independência e compromisso.

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