O ex-chanceler e ex-ministro da Defesa Celso Amorim, cotado para assumir um papel central no desenho da política externa de Lula, afirmou que o futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer reabrir as embaixadas do Brasil que Jair Bolsonaro (PL) fechou.
De acordo com o diplomata, o novo governo vai avaliar o estabelecimento de novos postos diplomáticos em locais onde o país ainda não tem presença.
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Embaixadas fechadas durante o governo Jair Bolsonaro
Em 2020, o governo Bolsonaro encerrou as atividades das embaixadas em Freetown (Serra Leoa) e Monróvia (Libéria). Seus serviços foram deslocados para a embaixada do Brasil em Acra (Gana). Ideia é reerguer as embaixadas e criar novos postos em Ruanda e Gâmbia.
No mesmo ano, Bolsonaro também fechou embaixadas no Caribe: Saint George’s (Granada), Roseau (Dominica), Basseterre (São Cristóvão e Névis), Kingstown (São Vicente e Granadinas) e Saint John (Antígua e Barbuda). As funções diplomáticas desta região foram acumuladas em Bridgetown (Barbados).
A reportagem do UOL explica que “a retirada do Brasil de diversas regiões não ocorreu apenas por conta do encerramento de embaixadas. Em diversos postos em continentes que não eram considerados como prioridade, o Itamaraty sequer enviava com frequência instruções aos seus diplomatas lotados nas embaixadas brasileiras. Principalmente nos três primeiros anos do governo Bolsonaro, sob a gestão de Ernesto Araújo, o Brasil abandonou parte de sua agenda com os países em desenvolvimento e concentrou suas relações tanto com os EUA de Donald Trump ou com governos liderados pela extrema direita”.
No caso venezuelano, o fechamento ocorreu por um decisão política por parte da ala mais radical do bolsonarismo, que havia tomado uma decisão de romper com o governo de Nicolas Maduro.
A decisão, porém, deixou centenas de brasileiros que vivem na Venezuela sem assistência e, hoje, não conseguem ser atendidos para trâmites burocráticos. Na eleição presidencial, eles tiveram de viajar até a Colômbia se quisessem votar.
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Reabertura de embaixadas
Amorim, durante participação nesta quarta-feira (30) no Brazil Africa Forum 2022, em São Paulo, afirmou que o continente africano “será prioridade de Lula”. “O Brasil estará de volta no mundo e na África”, insistiu.
Na América do Sul, a embaixada do Brasil em Caracas e os consulados e vice-consulados espalhados pela Venezuela também serão reabertos.
A medida de reabertura faz parte de uma retomada de um diálogo direto com o governo de Nicolás Maduro e a revisão do reconhecimento de Juan Guaidó como autoproclamado presidente da Venezuela.
Segundo membros da equipe de Lula, essa reabertura não se trata de ignorar os problemas do governo bolivariano e nem de dar apoio irrestrito. A decisão será tomada com base no pragmatismo, na tradição da diplomacia brasileira de manter canais abertos de diálogo e para garantir a assistência aos brasileiros e aos interesses do país na região.
“Além das embaixadas, o Brasil vai reabrir os postos de adidos militares em locais considerados como estratégicos pelo continente”, conclui a matéria.
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Fonte: Jornal Contábil
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