Daqui a cinco ou dez anos, nem você nem ninguém se lembrará com precisão da tarefa que está fazendo no trabalho neste minuto. Mas os primeiros passos do seu filho e a primeira medalha da sua filha seguirão ocupando a parte mais nobre do seu “HD”, a memória emocional. De acordo com especialistas em neurociência, há uma relação direta entre esse tipo de memória e a inteligência emocional, elemento comprovadamente mais influente para uma carreira de sucesso do que processos de formação ou índices de Q.I.
Especialmente aos homens, neste mês em que é comemorado o Dia dos Pais, é válida a reflexão sobre a importância de ressignificar o cotidiano e atribuir o devido valor à existência de memórias emocionais de qualidade. Some-se a isso o fato de que é urgente às empresas incentivar um compartilhamento mais igualitário entre pais e mães no que diz respeito ao acompanhamento da rotina de seus filhos.
Afinal, vivemos em um país em que o nascimento de uma criança representa um direito legal de seis meses de afastamento exclusivamente materno equiparado a apenas uma semana de pausa paterna. Além disso, o mais comum é que responsabilidades como consultas médicas e reuniões escolares comumente também fiquem a cargo das mulheres.
Nesse contexto, o famoso horário comercial e a jornada de trabalho acabam se estruturando como impedimentos quase monolíticos à presença paterna em eventos importantes, seja uma reunião escolar, uma consulta médica ou a final da escolinha de futebol. E cabe às empresas abraçar mais flexibilidade para mudar esse cenário.
A flexibilidade entra aqui como ferramenta para reforçar a possibilidade de equilíbrio entre trabalho e família. Afinal, todos sabem que tarefas não desaparecem e que metas de entregas precisam ser cumpridas. Porém, pode-se chegar mais cedo, sair mais tarde, fazer o trabalho em casa. O fato é que qualquer tarefa do dia-a-dia pode ser feita em um horário alternativo. E oferecer condições aos colaboradores para que equilibrem as duas esferas da vida é o melhor presente que um gestor pode dar.
Daqui a cinco ou dez anos, nem você nem ninguém se lembrará com precisão da tarefa que está fazendo no trabalho neste minuto. Até lá, permita que um enorme volume de memórias emocionais positivas sejam armazenadas ao longo do tempo por você.
* Richard Vasconcelos é CEO da LEO Learning Brasil, mestre em Tecnologias Educacionais pela University of Oxford e atua há 15 anos no mercado de educação. Neto do fundador da universidade Estácio, atuou na implantação do ensino à distância na instituição até 2009. Fundou a Me Digital, startup desenvolvedora de soluções para gestão escolar e é ex-CEO e sócio da rede de escolas de inglês Britannia, vendida para a Cultura Inglesa em 2018.
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Fonte: Jornal Contábil
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