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A esteatose hepática não alcoólica, também conhecida popularmente como gordura no fígado, pode trazer complicações, como a cirrose, e até mesmo causar o comprometimento do órgão – sendo necessário transplante. Apesar da grande maioria dos casos não gerar maiores problemas, é preciso estar sempre atento à saúde para evitar a situação ou revertê-la.

O problema possui como fator de risco a obesidade e dados da Sociedade Brasileira de Hepatologia apontam que cerca de 30% da população global tenha esteatose hepática. De acordo com o Dr. Ronaldo Andrade, cirurgião especializado em transplante de órgãos abdominais, o excesso de peso contribui para maiores chances de gordura no fígado. “O problema passa a acontecer quando as células de gordura começam a crescer e aparecem em locais onde não deveriam estar, como é o caso do fígado”, explica.

Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2022, pesquisa realizada pela Federação Mundial da Obesidade, é estimado que quase 30% dos adultos sejam obesos em 2030. Além disso, os dados mostram ainda que o aumento anual dos casos será de 2%, enquanto a obesidade infantil deve crescer 3,8% ao ano.

Sintomas

Nos estágios iniciais de esteatose hepática, o paciente pode ser assintomático. Contudo, a partir da evolução da doença e comprometimento do órgão, é possível que os sintomas passem a aparecer. Os mais comuns são:

  • Perda de apetite
  • Inchaço na barriga
  • Dor abdominal (principalmente na região superior direita)
  • Dor de cabeça
  • Coceira
  • Pele e olhos amarelados
  • Fezes esbranquiçadas
  • Fadiga

Graus de gordura no fígado

De acordo com o cirurgião, a gordura no fígado pode ser classificada em três estágios. “Quando menos de 33% das células do fígado estão afetadas, chamamos de grau 1. No caso de 33% a 66%, podemos classificar como grau 2. Por fim, se mais de 66% das células foram atingidas, a doença é de grau 3”, comenta.

O diagnóstico é comumente realizado através da ultrassonografia abdominal, mas a tomografia computadorizada, biópsia de fígado ou ressonância magnética também são formas de identificar esteatose hepática. Nos exames laboratoriais, as taxas de TGO, TGP e bilirrubinas podem ser complementares para avaliar o funcionamento do fígado.

Tratamento

Nas fases iniciais, a gordura no fígado pode ter seu tratamento através de hábitos de vida mais saudáveis, como mudanças alimentares, prática regular de atividades físicas e estar atento à hipertensão, colesterol alto e diabetes.

Vale lembrar ainda que a prescrição de medicamentos também pode ser recomendada pelo médico. Contudo, nos casos avançados de esteatose hepática, dependendo da lesão, pode ser necessário a realização de transplante hepático. 

“Prevenir é sempre melhor do que remediar, por isso, invista em uma dieta nutricional adequada, tenha acompanhamento médico de forma periódica e pratique atividades físicas regularmente para o equilíbrio do corpo. Apesar da obesidade ser um dos principais fatores de risco, é possível reverter a situação através dos cuidados necessários. Por isso, caso algo fora do comum seja percebido, procure um especialista imediatamente para o diagnóstico e tratamento precoce”, finaliza.

Por Dr. Ronaldo Andrade, Cirurgião Geral e Videolaparoscópico especializado em Cirurgia do Fígado, Pâncreas e Vias Biliares.

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Fonte: Jornal Contábil
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