Por Sheylla Alves
Comunicação CFC
O painel de líderes deste primeiro dia de evento da 13ª Conferência do Ibracon tratou do tema Governança e Desenvolvimento Sustentável. A conversa contou com a participação do sócio líder de auditoria da KPMG no Brasil e América do Sul, Carlos Pires; do membro do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Claudia Pitta; do presidente da PP&C, Eduardo Camillo Parchikoski; do membro do Comitê Executivo e sócio líder de mercados e clientes da PWC, Marcelo Cioffi; e do presidente da BDO, Raul Corrêa.
Para iniciar, Claudia Pitta citou a construção e o lançamento do código de melhores práticas de governança pelo IBGC. O que aconteceu em um momento muito oportuno para todos, já que o documento será lançado oficialmente em agosto, mas que ela já pôde citar durante o evento com o objetivo de fomentar as novas ideias ali presentes.
“Essa edição traz uma visão ESG, em que abraça realmente o reconhecimento da interdependência entre as organizações e as realidades econômicas, sociais e ambientais de cada uma. Então, muito mais com esse olhar pragmático de gerenciamento de riscos e de captura de oportunidades de sobrevivência e longevidade das empresas. Com isso, traz para dentro da governança a visão além do discurso um tanto idealista do passado sobre sustentabilidade”, explicou. Ela citou que o documento mostra um olhar ainda mais forte para os stakeholders, dando um olhar para a diversidade e a pluralidade, e até mesmo o pluralismo, lembrando que as duas coisas, pluralidade e pluralismo, possuem definições distintas.
Claudia mostrou que o novo código tem uma abertura de visão e de inclusão que norteia a nova essência da governança. Além disso, a representante da IBCG destacou diversos outros pontos, como o conflito de interesses, o Governance Officer, e o realce especial na agenda positiva de governança, em que tange a ética, integridade, diversidade, inclusão, ambiental/social, inovação, transformação, transparência, prestação de contas, e conselhos do futuro. Uma perspectiva que foge da antiga definição de governança corporativa, em busca das melhores práticas governamentais. Ela ainda detalhou como funciona o perfil ético nas organizações diante das ações positivas de governança, e como essas atitudes influenciam o trabalho dos auditores e fiscalizadores nas instituições.
Ainda sobre o comportamento ético, mas concentrado na questão da auditoria, o presidente da PP&C, Eduardo Camillo, detalhou que é uma questão inerente a qualquer atividade na profissão de auditor. “O auditor para não se expor a problemas éticos tem a sua disposição todas as ferramentas, são normas muito bem definidas no âmbito nacional e internacional, desde antes da auditoria ser contratada. São procedimentos que o auditor aplica para avaliar os riscos de aceitação de um cliente. Então, antes de aceitar um trabalho, o auditor tem a obrigação de certificar que a empresa não tem histórico em envolvimento de questões não éticas, de corrupção e outros. Assim como observar os seus executivos, se eles não possuem nenhum histórico de problemas com ações não adequadas em termos de governança”, detalhou Eduardo Camillo.
Já o sócio líder Marcelo Cioffi relembrou trechos da fala realizada pela Claudia Pitta, principalmente sobre a ética iniciar em casa pela educação familiar e pela cultura. “A questão inerente ao ser humano é muito complexa, e dessa forma deve ser tomada em consideração todo o background do ambiente que a pessoa vive, pois é isso que acaba moldando bastante cada indivíduo”, opinou. Com a fala, o presidente da BDO, Raul Corrêa, destacou a mudança que empresas e organizações sofreram nos últimos anos e como as relações dependentes precisam se adaptar aos critérios de governança. “temos que entender que o mundo mudou, e isso em um contexto amplo, as empresas, organizações e sociedade mudaram. Então, na hora que falamos com foco na agenda ESG vemos que a governança também mudou. Hoje a pessoa não pode fazer parte de qualquer conselho de empresa sem conhecer ela realmente, sem conhecer os seus valores e sua cultura organizacional”, apontou Raul.
Em continuidade, Carlos Pires, representante da KPMG também ressaltou o ponto ético da sociedade e das organizações. “Quando olhamos a ética sob o olhar cultural de uma organização e de como nós tratamos os princípios éticos desde as ações em nossa própria casa, isso levanta a forma de como nós transformamos os princípios éticos na vida cotidiana, em nosso dia a dia. Pensando em cultura, valores e como as empresas se posicionam eticamente, mas com consciência de que quem vivencia a cultura e o valor somos nós. Então, muitas vezes nos posicionamos nos ambientes de trabalho e na vida como pessoas éticas, mas em diversas oportunidades acabamos infringindo essa premissa, isso precisa deixar de existir para que possamos viver em uma sociedade verdadeiramente ética”, apontou Carlos.
O painel foi acompanhado para todos que estavam presentes no evento presencial em São Paulo e para os inscritos on-line, com transmissão via link específico. A Conferência segue com outros painéis e temas relevantes.
Fonte: CFC
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