Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

A rotina de milhares de brasileiros foi drasticamente afetada com o fim dos pagamentos do auxílio emergencial após dezembro de 2020. 

O mesmo aconteceu com a economia brasileira, que foi movimentada por meio desses pagamentos referentes ao benefício assistencial. 

Vale mencionar que a última parcela foi creditada no dia 29 de dezembro, e os saques correspondentes a esse grupo podem ser feitos no decorrer do mês de janeiro. 

Neste meio tempo, o presidente Jair Bolsonaro fez questão de afirmar claramente que o país não dispõe de recursos financeiros o suficiente para que seja possível prorrogar o pagamento do benefício por mais algum tempo. 

Para os economistas, ainda não houve um acordo relacionado à prorrogação e aos critérios para que esta medida seja possível. 

Isso porque, enquanto alguns se preocupam com a questão social relacionada ao programa, outros se concentram na deterioração das contas públicas. 

Sendo assim, os brasileiros que dependeram ao longo dos últimos nove meses da disponibilização do benefício para manter o sustento próprio e da família, ou para agregar a situação financeira no referido período, já começaram 2021 com insegurança e incerteza sobre como proceder de agora em diante. 

Conforme apurado, cerca de 67,9 milhões de brasileiros se beneficiaram do programa no último ano, ou seja, 4 em cada 10 brasileiros com idade propícia para trabalhar. 

Nos últimos nove meses, o Governo Federal realizou o pagamento de R$ 292,9 bilhões por meio da transferência de renda do auxílio emergencial.

De acordo com dados apresentados pela Caixa Econômica Federal, com o fim do pagamento, deixou de ser injetado na economia dos Estados, R$ 32,4 bilhões ao mês. 

Apesar de tudo, os efeitos da rotina nas famílias e negócios, especialmente no comércio e serviços, levarão um tempo para serem apresentados nas estáticas, no entanto, para aqueles que acompanham os indicadores sociais, a perspectiva não é favorável. 

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Região com maior suporte pelo auxílio emergencial 

É nítido que o auxílio emergencial teve um papel fundamental nos estados das regiões Norte e Nordeste. 

Para a economista da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), Roberta de Moraes Machado, “essas regiões já vinham numa situação econômica mais frágil antes da pandemia, com desemprego alto e muita informalidade. 

Sem um plano de transição para o fim do auxílio, é muito provável que as crises sociais também se agravem”, explicou.

No geral, 43% dos recursos, ou seja, R$ 125 bilhões foram destinados ao Norte e Nordeste. 

Na oportunidade, a economista também alegou que a distribuição do auxílio teve um impacto expressivo nas referidas regiões. 

“São economias menos desenvolvidas, com maior taxa de desalento ou desocupados, atividades baseadas essencialmente na informalidade e na baixa complexidade”, diz.

É possível dizer que as cinco primeiras parcelas do benefício tiveram um impacto significativo sobre a geração da riqueza dessa parte do país. 

Neste sentido, houve a contribuição com cerca de uma alta de 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos estados do Norte e Nordeste, de acordo com um estudo feito pelos economistas Écio Costa e Marcelo Freire.

“Estamos falando de queda na transferência de renda aos mais pobres, o que consequentemente reduz consumo, afetando o comércio e o setor de serviços”, diz. “Só se tiver retomada da empregabilidade isso pode ser amenizado”.

Por Laura Alvarenga 

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Fonte: Jornal Contábil
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