Impactos dos investimentos anjo o mercado brasileiro de startups

Vivemos sem dúvidas, o melhor momento do ecossistema de startups no Brasil.  Nos últimos anos, colecionamos recordes consecutivos no mercado, em volume de investimentos, novos unicórnios, fusões e aquisições. Vemos um ambiente mais maduro, grandes empresas mais preparadas e próximas dos empreendedores, capital chegando na ponta – uma equação que tem tudo para continuar nos trazendo bons resultados em 2022 e que posiciona o Brasil em um lugar de destaque global. E nesse cenário de ebulição, o investimento anjo tem impacto direto nessa jornada. Sabe como?

Para responder a essa pergunta, precisamos voltar um passo antes desse cenário. Hoje, o Brasil tem cerca de 13.800 startups mapeadas pela Associação Brasileira de Startups. E se por um lado, as startups em fase de scale-up (8,8%) já atingiram maturidade no seu modelo de negócios  e estão na direção de grandes rodadas de investimento, a grande maioria (62,3%) das nossas startups ainda estão em fase operação e tração, ou seja, buscando pelo crescimento e pela primeira rodada de investimento.

É nesse estágio inicial que o investimento anjo atua: quando a startup já descobriu um problema a ser resolvido, construiu uma solução para o problema e encontrou os primeiros clientes, mas está precisando de capital para alavancar as avenidas de crescimento que já foram validadas. Pode parecer simples, mas essa é a fase crucial para uma startup – mais do que só capital, esse é o momento em que o empreendedor precisa de suporte e orientação para se preparar para uma jornada que está só no começo.

Por isso, o investidor anjo, mais do que só alocar capital, tem o papel de tirar da frente do empreendedor os problemas que vão atrapalhar esse crescimento, fomentando o desenvolvimento do negócio, seja com sua expertise, através de conexões e mentorias, ou até mesmo com apoio emocional e psicológico, vindo de alguém mais preparado e que possivelmente já vivenciou isso, e que todo empreendedor (por diversas vezes nessa jornada) vai precisar. Essa é uma relação de confiança, pois como anjo apostamos em um negócio ainda em validação e o acompanhamos durante a trajetória até o sonhado exit.

Investir em startups, especialmente na rodada anjo, é um investimento de alto risco em parte pela baixa liquidez (você não pode vender a sua participação a hora que quiser) mas principalmente pelo momento embrionário, de muita instabilidade e de mais dúvidas do negócio do que certeza. Mas, assim como altos riscos, o retorno do investimento também costuma ser o mais alto entre outros modelos, fator que tem atraído a atenção de mais investidores interessados em conhecer o mercado, diversificar seus aportes, se expor mais ao risco, na busca de retornos não encontrados em modalidades mais tradicionais.

Só para se ter uma ideia, o venture capital (ou capital de risco) bateu recorde no último ano. Foram 9,43 bilhões de dólares investidos em startups brasileiras, e cerca de U$S9,5 milhões saíram apenas de investimentos-anjo, segundo o levantamento da plataforma de inovação Distrito.

E esse cenário só tende a continuar em crescimento, trazendo um alto impacto para todo o ecossistema: o investimento anjo contribui para o crescimento de startups de sucesso, fortalece o mercado empreendedor e atrai outros players do mercado para a possibilidade de investir em startups.

Mas com  a alta demanda pelo investimento em startups, surge também a necessidade de conhecer mais do ecossistema de startups e ter a expertise para saber enxergar as melhores oportunidades, fatores que ainda geram dúvidas em investidores tradicionais. Por isso, a importância de players no mercado que quebram esses paradigmas e auxiliam futuros investidores com formação e educação sobre o mercado, como fazemos no Investidores.vc.

O caminho para um futuro ainda mais promissor passa pela transformação cultural de tornar o investidor brasileiro consciente e seguro de que startups merecem ser um importante ativo em sua carteira, nos colocando assim, na direção de novos recordes em investimentos no país.

Por Amure Pinho, Empreendedor há mais de 20 anos, foi Presidente da Associação Brasileira de Startups, é Investidor-anjo em 37 startups e já vendeu 7 startups como anjo para grandes empresas como Locaweb, Anima, Natura, Hotmart e B2W, todas listadas na bolsa de valores. Atualmente é fundador e presidente do Investidores.vc, plataforma de solução em investimento anjo

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Fonte: Jornal Contábil
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