Nove de cada dez pequenos negócios do Rio Grande do Norte tiveram que se desdobrar para não baixar as portas desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), no ano passado.
O índice de sobrevivência das pequenas empresas potiguares é de 92%.
Isso é o que revela um levantamento feito pelo Sebrae com empresas de micro e pequeno porte em todo o País.
A pesquisa aponta uma situação preocupante. Os Microempreendedores Individuais (MEIs) ainda são a ponta mais frágil do cenário empresarial brasileiro e que sofrem com as oscilações do mercado, culminando no encerramento das atividades quando o contexto econômico se torna completamente desfavorável.
No Rio Grande do Norte, assim como em boa parte dos estados, essa categoria responde pela maioria das empresas constituídas formalmente.
Hoje, são 148.984 pequenos negócios registrados nessa categoria jurídica no estado.
Segundo o estudo, é possível inferir que a maior taxa de mortalidade dos MEI também esteja associada à extrema facilidade de abrir e de fechar esse tipo de empreendimento, quando comparado às Microempresas (ME) e às Empresas de Pequeno Porte (EPP), cujas exigências ainda são menos flexíveis para esses dois portes.
O levantamento feito pelo Sebrae levou em conta dados da Receita Federal em um total de 84.820 empreendimentos e também uma pesquisa de campo, que chegou a ouvir 3.047 empresários, sendo 1.056 deles somente no Nordeste.
O nível de confiança é de 95%.
A baixa taxa de mortalidade no RN, que foi de 8%, pode ser explicada por outro dado que a pesquisa revelou.
61% dos empreendedores potiguares tinham conhecimento ou experiência no ramo em que decidiu abrir o negócio, o que denota que o empreendedorismo não foi motivado por uma necessidade.
Mas, 52% do total desse público estava desempregado e resolveu empreender para ter uma fonte de renda.
E é nesse contingente que se enquadra a maioria dos MEIs.
O estudo do Sebrae Nacional mostra ainda que 71% dos empresários potiguares não foram em busca de recursos em instituições financeiras do ano passado para cá.
As dificuldades para a obtenção de crédito nos agentes financeiros devem ter pesado nessa decisão.
Já que, dos 28% empresários potiguares que recorreram a financiamentos bancários, somente 35% conseguiram o dinheiro e para 59% os pedidos de empréstimos foram indeferidos.
O estudo supõe que, quanto menor o porte da empresa, mais difícil foi obter crédito para manter o capital de giro e conseguir superar obstáculos, como os provocados pela Covid-19.
Ao analisar a sobrevivência por setor, o levantamento feito pelo Sebrae detectou que a maior taxa de mortalidade no país é verificada no comércio, onde 30,2% fecham as portas em 5 anos.
Na sequência, aparecem a indústria da transformação (com 27,3%) e serviços, com 26,6%.
As menores taxas de mortalidade estão na indústria extrativa (14,3%) e na agropecuária (18%).
Fonte: Sebrae
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Fonte: Jornal Contábil
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